Não é por acaso que a Igreja junta em dois dias seguidos a celebração de todos os santos do Paraíso e a comemoração de todos os defuntos.
Na verdade, tais festas associam a morte carnal e a eternidade da vida da alma.
Essas duas verdades não devem ser dissociadas, sob pena de desespero.
Por vezes, a nossa humanidade tem dificuldade em juntar o céu com a vida terrena, nem sempre estamos cientes da interligação que existe entre os dois.
Principalmente nesta época de epidemia, tendemos a concentrar-nos no lado material, o corpo e a sua saúde.
Às vezes, é tão difícil aceitar o único e mais certo acontecimento da vida: a morte carnal!
Contudo, a morte do corpo não é a finitude da existência, muito pelo contrário.
A vida eterna, que começa no momento em que a alma vem dar vida ao corpo, continua após a morte, que é apenas uma passagem para um estado diferente.
Quantos santos, aqueles santos que hoje celebramos, esperaram impacientemente a morte para viver mais perto de Deus!
A prática regular da confissão e a comunhão frequente em estado de graça fortalecem gradualmente a fé e dão coragem para enfrentar essa passagem que é a morte.
Se, com a festa de Todos os Santos, a Igreja insiste na redenção e na vida eterna da alma, é preciso perceber que a vida eterna começa aqui em baixo, na terra, e que o desafio da vida terrena não é não se morrer, mas antes não se morrer vazio de sentido e confiança.
Peçamos à Bem-Aventurada Virgem Maria que nos ajude a imitar os santos, a dar pleno sentido à morte, como caminho espiritual e passagem obrigatória para continuar a nossa vida eterna com o nosso Pai celeste.
A equipa de língua portuguesa do Evangelho Quotidiano, um serviço evangelizo.org
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