A segunda perseguição persa teve início por volta do ano 420, devido ao excessivo zelo do bispo Abdias. A principal vítima desta perseguição foi São Tiago que, nesta época, era bastante próximo do rei Yezdigerdo I. Quando o tal príncipe empreendeu um movimento de perseguição aos cristãos. São Tiago não tendo sido suficientemente forte para romper sua amizade, acabou por dissimular ou abandonar sua fé no Deus Único e verdadeiro que até então professava abertamente, o que causou a aflição de sua mãe e de sua esposa. Quando o rei Yezdigerdo veio a falecer, mãe e esposa acolheram São Tiago, não sem antes, por carta, condenar a covardia de sua conduta. Muito impressionado com esta carta. São Tiago começou a compreender melhor a sua falta, deixando de freqüentar a corte e renunciando a todas as honras que havia antes procurado e manifestando publicamente o seu arrependimento e sua fé cristã. Bahram reprovou sua ingratidão, lembrando-lhe de todas as honras que seu pai lhe havia conferido. São Tiago respondeu serenamente: «E onde está agora? O que é feito dele?». Tal resposta aborreceu Bahram que ameaçou São Tiago de submetê-lo a uma morte lenta. O conselho real decidiu então que, se São Tiago não renunciasse sua fé em Cristo, seria enforcado e os membros de seu corpo dilacerados. E a cidade inteira acorreu para presenciar esta nova forma de tortura, Os cristãos começaram então a rezar pedindo a Deus que Tiago perseverasse em sua fé, Os carrascos tomaram bruscamente o santo pelos braços como se quisessem desconjuntá-los, Neste gesto já sinalizavam o tipo de morte que esperava por Tiago, Exortaram-no então mais uma vez a abjurar a sua fé e renovar sua obediência ao rei, evitando assim o castigo, Chegaram a lhe propor que fingisse ao menos momentaneamente tal postura e, depois, teria liberdade para praticar a sua religião. São Tiago seguiu louvando a Deus conforme iam lhe cortando os dedos, E quando já não lhe restava nenhum dos dedos das mãos e dos pés, disse aos carrascos: «Já cortaste os pequenos galhos, corte agora os ramos», E passaram a cortar-lhes os membros, parte por parte, Quando já não lhe restava senão o tronco, Santiago ainda louvava a Deus, até que um dos soldados lhe decapitou.
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