sexta-feira, 6 de novembro de 2020

REFLETINDO A PALAVRA - “Santíssimo Redentor”

PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA
REDENTORISTA
52 ANOS CONSAGRADO
45 ANOS SACERDOTE
Alguns anos atrás
, quando ainda se cantavam músicas de “antanho”, era comum aquela bela marcha “Levantai-vos, Soldados de Cristo”! Nela se cantava “desfraldando a bandeira de glória, o pendão de Jesus Redentor”. O mau conhecimento das letras levava muitos a cantar pelo som ouvido: o cordão de Jesus rebentou. Hoje quero não falar do cordão arrebentado, mas do Redentor amado, como nós dizemos “Santíssimo Redentor”. Por que falar deste tema hoje? Neste terceiro domingo do mês de julho, nós os redentoristas, temos a celebração do titular da Congregação, o “Redentor”.
A Congregação foi fundada em 1732, em Scala. Santo Afonso colocou como finalidade primeira deste Instituto “continuar Jesus Cristo Salvador anunciando aos pobres a Palavra de Deus”. É uma vida centrada em Jesus Salvador. Quando foi aprovada a Congregação, já havia outra com o mesmo nome de Santíssimo Salvador. Eram os Cônegos Lateranenses do Santíssimo Salvador. Tomou-se então o nome de Santíssimo Redentor.
Jesus tem infinitas faces. Nós queremos apresentar uma face, que mesmo sendo conhecida, às vezes passa desapercebida: Ele é a misericórdia do Pai. Ele é a Redenção abundante e transbordante para todos. Como missionários, estamos em contato com o povo das mais diversas camadas e condições. Aprendemos uma linguagem simples para falar a cada coração. O que a gente tem que fazer em primeiro lugar é dar à pessoa a certeza de que Deus a ama. Por isso cada um tem direito a receber a Redenção abundante. Nosso próprio modo de falar, de conviver, de acolher, tem que levar a pessoa, sobretudo o humilde, a perceber em nós a pessoa de Jesus que continua sua missão junto deles. 
O Redentor não é o juiz. Ele é o amor do Pai que se manifesta no Presépio. Que grande calor de amor sai daquela manjedoura! Afonso escreve em uma sua canção de Natal (Bambinello tenerello): “Por que não se incendeiam, pelo ardor que tu expandes, a palha, os panos e a própria manjedoura?” É a Redenção à altura do coração terno de cada abandonado. 
Ele é o imenso amor que se manifesta na Cruz. Ninguém tem maior amor do que aquele que dá a vida pelo amigo. Ele deu a vida quando ainda não éramos amigos. Escreve também o grande Afonso: “E quem poderá deixar de vos amar, vendo-vos como o Filho dileto do Pai, terminar a vossa vida com uma morte tão amarga e desumana por nosso amor?” 
Ele é o louco amor que se faz alimento e Presença Eucarística que nos transforma no amor que Ele é. Escreve também no livro das “Visitas ao Santíssimo”: “Sacramento de amor, quer Vos deis na comunhão, quer fiqueis sobre os altares, sabeis ganhar tantos corações com os amorosos atrativos do vosso amor”. 
Ele é o amor que vai ao extremo da aniquilação para que não falte nada ao amor de Deus para ser total. 
Ele é o amor que ama para receber como resposta o amor. Participe conosco desta bela missão: fazer conhecido e amado Jesus Redentor. Ame conosco aqueles que ele tanto ama.
ARTIGO REDIGIDO E PUBLICADO
EM JULHO DE 2002

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