sexta-feira, 13 de novembro de 2020

REFLETINDO A PALAVRA - “O espelho do pai!”

PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA
REDENTORISTA
52 ANOS CONSAGRADO
45 ANOS SACERDOTE
Não sou pai
, apesar de ter nome de padre-pai. Mas sou filho de um jovem pai de 88 anos, cheio de saúde, de humor e disposição de viver. Agradeço a Deus a presença querida deste homem que do nada conseguiu construir uma vida que nos dá muita satisfação. Ele José Batista continua a nos dar o gosto de viver. 
Celebramos o dia do pai com a criatividade que os tempos atuais oferecem. Na verdade, essa data ainda está tomando corpo. O dia das mães é bem comemorado e tem uma carga afetiva e emotiva muito maior. Há certas razões, sem muita razão, que nos levam a salientar mais a data da querida mamãe. O poeta dizia da mãe: Ser mãe é desfibrar fibra por fibra o coração. O Pai o que é? É sair correndo atrás destas fibras e remontar este edifício afetivo. Vamos procurar refletir esta data para comemorar o chorão de barbas. Quem diz que o homem não se emociona? O que não entendo é por que fazem tanta careta quando choram? 
A sociedade machista diz que homem não chora. É sinal de fraqueza. Mas já superamos esta inútil descoberta para dizer que o coração do homem, de modo particular o do pai, é uma fonte de sentimentos e emoções que em nada prejudicam sua masculinidade e força de maturidade. Jesus chorou a morte de Lázaro, não porque morrera, mas porque se emocionara com o pranto e as lágrimas de Marta e Maria. 
Quando falamos que Deus é Pai, pensamos que nós tiramos a palavra pai do nome de Deus, quando foi o contrário. Para explicar-se Deus se comparou, através da expressão de Jesus: “Deus meu e vosso Pai” com o termo e a realidade que conhecemos. Jesus, viveu a experiência com José, o carpinteiro de Nazaré, pai que o criou e formou para ser o homem que ele foi. Jesus, ensinando quem era o Deus eterno e cheio de bondade diz: “Ele é como um pai de vocês”. A bondade do pai serviu de modelo para que o Pai do Céu se explicasse através de nossa linguagem. Assim, vemos em Deus aquilo que temos em nós: a pessoa bonita de nosso pai. Assim, o pai vê em Deus um espelho que aperfeiçoa e leva ao extremo as riquezas que ele possui como pai: origem da vida (juntamente com a mãe), sustentador, expressão do amor de entrega e dedicação etc... Sobretudo, o pai é aquele que joga o filho dentro d’água para ele aprender a nadar. O Pai quer ver o filho assumir a sua vida e levá-la à realização. Ele se vê continuado no filho. Vê as suas qualidades e as encontra em Deus elevadas à divindade. Quando Jesus nos revela o Pai, diz “ninguém conhece o Pai senão o Filho ou aquele a quem o Filho o quiser revelar” (Mt 11,27). Jesus chama a Deus de Pai e O revela com as palavras que entendemos. Assim, podemos aprender de nosso pai tantas coisas bonitas que encontramos também em Deus Pai.
ARTIGO REDIGIDO E PUBLICADO
EM AGOSTO DE 2002

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