SÃO JOÃO PAULO II BASÍLICA DE SÃO PAULO EXTRAMUROS |
Pastor em uma Polônia finalmente livre
Depois da guerra, Karol continuou seus estudos no Seminário maior de Cracóvia e na Faculdade de Teologia da Universidade Jagelônica, até ser ordenado sacerdote, em 1946. Em 1948, recebeu seu primeiro cargo na Polônia: coadjutor na paróquia de Niegowić, perto de Cracóvia, e, depois, na cidade, naquela de São Floriano; foi capelão dos universitários, até 1951, e, a seguir, lecionou Teologia Moral e Ética, no Seminário maior de Cracóvia e na Faculdade de Teologia de Lublin. Em 13 de janeiro de 1964, foi nomeado Arcebispo de Cracóvia, pelo Papa Paulo VI, que também o criou Cardeal, três anos depois. Logo depois, participou do Concílio Vaticano II, durante o qual deu uma importante contribuição para na elaboração da Constituição Gaudium et spes.
Primeiro polonês no trono de Pedro
Com a morte prematura de João Paulo I, contra todas as previsões, Karol Wojtyła foi eleito Papa, em 16 de outubro de 1978: foi o primeiro Papa não italiano, após 455 anos - desde Adriano VI -, o primeiro polonês da história e também o primeiro Pontífice de um país de língua eslava. Seu Pontificado começou logo a bater recordes: fez 104 Viagens Apostólicas pelo mundo, expressão da constante solicitude pastoral do Sucessor de Pedro por todas as Igrejas; sabendo falar 11 línguas, João Paulo II sempre trabalhou para construir pontes entre as diferentes nações e religiões, em nome do Ecumenismo, verdadeiro farol, que o guiou ao longo do seu longo Pontificado. Na Itália, fez 146 Visitas Pastorais; como Bispo de Roma, visitou 317 paróquias romanas, das atuais 332.
Um ministério realmente universal
A sua solicitude de Pastor o levou a criar numerosas dioceses e circunscrições eclesiásticas; promulgou Códigos de Direito Canônico para as Igrejas latinas e orientais, e o Catecismo da Igreja Católica. Propôs ao Povo de Deus momentos de particular intensidade espiritual: convocou o Ano da Redenção, o Ano Mariano, o Ano da Eucaristia, como também o Grande Jubileu de 2000. Reuniu as novas gerações com a instituição das Jornadas Mundiais da Juventude, a primeira das quais ocorreu em Roma, em 31 de março de 1985. Desde então, o evento foi celebrado a cada dois anos, em cidades diferentes do mundo, que ele escolhia, adquirindo importância cada vez maior. Nenhum Papa encontrou tantas pessoas como João Paulo II: mais de 17 milhões e 600 mil peregrinos participaram das Audiências Gerais de quarta-feira (mais de 1160), sem contar as audiências especiais e cerimônias religiosas; expressou seu carinho, apertando as mãos de milhões de fiéis, durante suas Visitas pastorais e Viagens Apostólicas.
Atentado na Praça São Pedro
João Paulo II sofreu um grave atentado na Praça São Pedro, em 13 de maio de 1981: ao passar, com seu jipinho entre a multidão, foi ferido com um tiro. Depois de uma longa hospitalização, visitou o terrorista na penitenciária, o turco Ali Agca, que o perdoou e manteve uma longa conversa. Em sinal de agradecimento à Mãe de Deus, que o salvou com a sua mão materna, o Papa pediu para colocar a bala, com a qual foi atingido, na coroa da estátua de Nossa Senhora de Fátima, uma vez que o atentado ocorreu no seu dia litúrgico. Ciente de ter renascido para uma nova vida, João Paulo II intensificou ainda mais seus compromissos pastorais, com generosidade heroica.
Documentos e textos
Durante seu longo pontificado, o Papa Wojtyła também assinou vários documentos, que, depois, fizeram parte do Magistério da Igreja: 14 Encíclicas, 15 Exortações Apostólicas, 11 Constituições Apostólicas e 45 Cartas Apostólicas. Entre todas as Encíclicas, recorda-se aquela sobre o trabalho e a doutrina social, como a Laborem Exercens, de 1981, e a Centesimus Annus, de 1991, por ocasião do centenário da Rerum Novarum de Leão XIII. Destaca-se também a Constituição Apostólica Pastor Bonus, de 1988, com a qual organizou a Cúria Romana e as funções dos vários Dicastérios. Ao Papa João Paulo II são atribuídos também cinco livros: O Limiar da Esperança (outubro de 1994); Dom e Mistério: no quinquagésimo aniversário do meu sacerdócio (novembro de 1996); Tríptico Romano, meditações em forma de poesia (março de 2003); Levantai-vos! Vamos! (maio de 2004) e Memória e Identidade (fevereiro de 2005).
Morte e culto
João Paulo II faleceu em Roma, no Palácio Apostólico do Vaticano, no sábado, 2 de abril de 2005, às 21h37, às vésperas do Domingo in Albis ou da Divina Misericórdia, por ele instituído. Seu pontificado foi o terceiro mais longo da história, depois de São Pedro e de Pio IX. Seu solene funeral ocorreu na Praça São Pedro, no dia 8 de abril, com uma participação incrível de pessoas. João Paulo II foi beatificado no dia 1 de maio de 2011, por seu sucessor imediato, Bento XVI, e canonizado pelo Papa Francisco, em 27 de abril de 2014.
Oração que João Paulo II rezava, todos os dias, desde criança:
Vinde Espírito Criador,
a nossa alma visitai
e enchei os corações
com vossos dons celestiais.
Vós sois chamado o Intercessor de Deus
excelso dom sem par,
a fonte viva, o fogo, o amor,
a unção divina e salutar.
Sois o doador dos sete dons
e sois poder na mão do Pai,
por Ele prometido a nós,
por nós seus feitos proclamai.
A nossa mente iluminai,
os corações enchei de amor,
nossa fraqueza encorajai,
qual força eterna e protetor.
Nosso inimigo repeli,
e concedei-nos a vossa paz,
se pela graça nos guiais,
o mal deixamos para trás.
Ao Pai e ao Filho Salvador,
por vós possamos conhecer
que procedeis do Seu amor,
fazei-nos sempre firmes crer.
Glória a Deus Pai,
ao Filho, que ressuscitou dos mortos,
e ao Espírito Santo
por todos os séculos.
Amém!
Nenhum comentário:
Postar um comentário