sexta-feira, 9 de outubro de 2020

REFLETINDO A PALAVRA - “Bendita és tu entre todas as mulheres”!

PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA
REDENTORISTA
52 ANOS CONSAGRADO
45 ANOS SACERDOTE
(Ao lado o sempre estimado
PADRE BRANDÃO)

Oh! Vinde
vamos todos, com flores à porfia! Com flores a Maria, que Mãe nossa é! Quantas vezes levamos flores a Maria ao som desta música. A devoção a Nossa Senhora sempre esteve presente no povo de Deus. Nossa Senhora sempre correspondeu com afeto de mãe ao povo que tanto a reverenciou. Já desde que vivia entre nós, seu lugar no Reino de Deus foi reconhecido e proclamado. Na Bíblia, no evangelho de Lucas 1,42, Isabel exclama: “Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre!”. O anjo diz quem é seu Filho: “o Filho que nascerá de ti será chamado Filho do Altíssimo” Filho de Deus. Ela está ligada, pela maternidade humana ao Deus Filho, por isso podemos chamá-la Mãe de Deus. Se dizemos que ela era só mãe do homem Jesus, este Jesus então não seria Deus. 
Ela é a “cheia da graça” de Deus. Algumas traduções protestantes, para diminuir a força da palavra do Anjo dizem “agraciada”, mas na verdade a Escritura quer dizer que ela tem toda a Graça. Toda graça, não por merecimento dela, mas por ser a escolhida de Deus para uma missão de dar à luz o Filho de Deus. Maria não foi mera receptora de um embrião, ou uma barriga de aluguel. Ela, de sua natureza física, deu vida ao Filho de Deus, sem participação do homem, na virgindade, pois o Filho que iria nascer vem de Deus, não pela vontade da carne, mas pela vontade de Deus (Jo 1,13). Toda a graça, nós compreendemos na tradição cristã, que ela foi concebida sem pecado, pois o seu filho, sendo Filho de Deus, não estaria sujeito à lei do pecado original no qual todos nascem. Ele carregou nossos pecados e não nasceu como todos nós, sujeito a um mistério de mal proveniente da culpa dos primeiros pais. Deveria ter toda a vida, aquela que nos daria a Vida, Jesus. 
Ela é Mãe de todos aqueles que seguem Jesus. Ela gerou o Filho de Deus e continua gerando os filhos de Deus. No momento da morte, Jesus vendo sua mãe e o discípulo que Ele amava, diz à Mãe: “Mulher, eis aí o teu filho.E ao discípulo: Eis aí tua mãe. A partir daquela hora o discípulo a levou para sua casa” (Jo 19,26-27). Naquele momento Jesus lhe dá a maternidade de todos os redimidos, de todos os nascidos de seu sangue redentor. Não há cristianismo sem Maria (mesmo que não a queiramos).
Ela continua assistindo o povo de Deus em sua caminhada rumo aos Céus. Esta assistência é sua misericordiosa intercessão junto de Deus. Só Jesus é o Mediador. Maria é a mediação suplicante. Ela reza por nós. Nós dizemos: rogai por nós, pecadores. Se nós podemos rezar uns pelos outros, por que Maria não pode rezar? Cremos no corpo de Místico de Cristo! Isso não é invenção da Igreja, pois foi encontrado no Egito um papiro do século III (ano 200 e tal) no qual está escrito: “À sombra de vossa misericórdia nós nos refugiamos, ó Mãe de Deus. Não ignoreis as nossas súplicas nas tentações, mas livrai-nos de todos os perigos, ó toda pura, toda bendita!”.Se esta oração já estava escrita, quanto já não estava em uso no povo de Deus?
ARTIGO EM MAIO DE 2002

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