Evangelho segundo São Lucas 10,1-12.
Naquele tempo, designou o Senhor setenta e dois discípulos e enviou-os dois a dois à sua frente, a todas as cidades e lugares aonde Ele havia de ir.
E dizia-lhes: «A seara é grande, mas os trabalhadores são poucos. Pedi ao dono da seara que mande trabalhadores para a sua seara.
Ide: Eu vos envio como cordeiros para o meio de lobos.
Não leveis bolsa nem alforge nem sandálias, nem vos demoreis a saudar alguém pelo caminho.
Quando entrardes nalguma casa, dizei primeiro: "Paz a esta casa".
E se lá houver gente de paz, a vossa paz repousará sobre eles; senão, ficará convosco.
Ficai nessa casa, comei e bebei do que tiverem, que o trabalhador merece o seu salário. Não andeis de casa em casa.
Quando entrardes nalguma cidade e vos receberem, comei do que vos servirem,
curai os enfermos que nela houver e dizei-lhes: "Está perto de vós o reino de Deus"».
Mas quando entrardes nalguma cidade e não vos receberem, saí à praça pública e dizei:
"Até o pó da vossa cidade que se pegou aos nossos pés sacudimos para vós. No entanto, ficai sabendo: Está perto o reino de Deus".
Eu vos digo: Haverá mais tolerância, naquele dia, para Sodoma do que para essa cidade».
Tradução litúrgica da Bíblia
Beato Columba Marmion(1858-1923)abade
A Obra de Deus, meio de união a Deus
«Pedi, pois, ao Senhor da messe que
envie trabalhadores para a sua messe»(Lc10,2)
Cristo deixa ao cargo da sua Esposa, durante a passagem do tempo, uma parte da oração que recitou quando ofereceu o seu sacrifício. Ainda que esta oração tenha uma eficácia infinita, Nosso Senhor deseja que lhe unamos a nossa. Certo dia em que o nosso Divino Salvador considerava, com o seu olhar divino, a multidão das almas que tinha de resgatar, disse aos seus apóstolos, que enviava a pregar o Evangelho: «Pedi, pois, ao Senhor da messe que envie trabalhadores para a sua messe» (Lc 10,2). Os apóstolos deviam ter respondido: «Senhor, porque nos mandas rezar? Não basta a tua oração?». Não, não basta: «Rezai vós também». Cristo Jesus quer precisar das nossas orações como precisou das dos apóstolos.Quando nos recolhemos, pensemos que, do fundo do tabernáculo, Cristo nos diz: «Empresta-me os teus lábios e o teu coração, para que Eu possa prolongar a minha oração cá em baixo, enquanto, lá no alto, ofereço os meus méritos ao Pai. Primeiro a oração: só depois virão os trabalhadores, e a sua obra só será fecunda na medida em que meu Pai, atento à tua oração, que é a minha, enviar à Terra o orvalho celeste da sua graça».Em memória do sacrifício que resgatou o mundo, sentindo-se poderosa com o poder do próprio Salvador, a Igreja, com o seu olhar de Mãe, percorre as diversas séries das almas que têm necessidade do socorro do alto e oferece por cada uma delas especiais súplicas. Imitemos este exemplo da nossa Mãe e apresentemo-nos diante de Deus com confiança, pois nesse momento somos a «boca de toda a Igreja».
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