sábado, 15 de agosto de 2020

REFLETINDO A PALAVRA - “Bendita és tu entre as mulheres”

PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA
REDENTORISTA
52 ANOS CONSAGRADO
45 ANOS SACERDOTE
A festa da Assunção de Maria ao Céu é o coroamento da caminhada do povo de Deus. Maria, filha de nossa humanidade, chegou à gloria de Deus. Não somente leva consigo nossa realidade sofrida, mas traz em si a realização do plano de Deus para todo povo. Temos uma certeza: O que Deus prometeu a todos, já se realiza em Maria. Será realizado também em nós. Por isso a oração da missa reza: “dai-nos viver atentos às coisas do alto, a fim de participarmos de sua glória”, gloria que tem junto de Deus. 
São Paulo diz que “todos viverão em Cristo”. “O último inimigo a ser vencido é a morte”. Jesus destruiu em si a morte. Em Maria garante que a morte será destruída em nós. Maria é sinal da ressurreição de todo o povo de Deus. É gostoso saber que já vencemos em Jesus e, em Maria tivemos a prova desta vitória. 
Por que Maria recebe este privilégio? Ela, mortal com nós, foi agraciada com o dom da concepção imaculada. Foi escolhida por Deus para ser mãe do Filho que é Deus. Por isso podemos chamá-la Mãe de Deus. Na concepção de seu Filho, por obra do Espírito Santo, permaneceu virgem no corpo e no coração. Simboliza assim a virgindade de todo povo de Deus que permanece intacta, mesmo no meio das fragilidades humanas. Isso não depõe contra a natureza humana, mas mostra sua razão última: resplandecer diante de Deus. 
Maria não é somente uma mulher cheia da graça de Deus, mas está presente junto aos filhos. Como uma mãe, ela permanece junto aos filhos que dela necessitam. Por que ter uma mãe solícita, quando o Filho já tudo resolveu? Deus não quis que seu Filho se encarnasse sem a cooperação de uma mulher. Assim não quer que seus filhos se salvem sem a cooperação amorosa e intercessora da mulher que é sua mãe. Ela é o princípio da fecundidade do povo de Deus, aberto a receber Jesus. O povo de Deus sem Maria jamais entenderia Jesus. Em Caná ela disse: “fazei tudo o que ele disser”. Ela continua a co-redentora, pois não sem razão estava ao pé da Cruz. Ela gerava os novos filhos, fecundados pelo sangue de Cristo. 
Diante desta celebração, podemos exclamar como Isabel: “Bendita és tu entre todas as mulheres, e bendito é o fruto do teu ventre”. Dizemos que ela é bendita porque Deus a escolheu e porque nós a acolhemos da parte de Deus como Isabel: “Como posso merecer que a mãe do meu Senhor (Deus) venha a mim?” A presença de Jesus em Maria toca João através da saudação de Maria: “Logo que tua saudação chegou aos meus ouvidos, o menino saltou de alegria no meu ventre” Por isso chamamos Maria de Causa de nossa Alegria, pois nos deu Jesus. Assim podemos louvá-la em Deus. O culto de Maria não a separa de seu Filho. Ela mesmo profetiza: –“todas as gerações me chamarão bem-aventurada”. Louvamos Maria e agradecemos. Por ela nos veio a Vida. Por ela recebemos a misericórdia de Deus e seu perpétuo socorro. 
(Leituras:Apocalipse11,19a;12,1.3-6a.10b;1Coríntios15,20-27a;Lucas 1,39-56) 
Homilia da Festa da Assunção de Maria 
EM 15 DE AGOSTO DE 2002

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