Santo Afonso, o cantor das Glórias de Maria estava com 91 anos e alguns meses, quase às vésperas da morte. Seus olhos estavam enfraquecidos, sua memória estava se apagando. Conforme o costume, lia-se durante a refeição alguma coisa sobre Nossa Senhora.. Era o livro das “Glorias de Maria”. O santo parou sua frugal refeição e, por entre lagrimas, perguntou:
- Quem foi que escreveu um livro tão belo sobre a Madona? Responderam:
-Dom Afonso, foi o senhor.
O bom velhinho se calou. Foi também a última refeição que fez com seus confrades, pois a próxima seria no céu, com sua Madona. Quantas vezes pedira que Nossa Senhora viesse buscá-lo, embora indigno dessa graça. Chegou esse momento. Os confrades rodeavam o leito mortuário. Antes de entrar em agonia, olhou fixamente para um canto da pobre cela. Seu semblante se iluminou. Parecia ver alguma coisa. Os que rodeavam o leito, olhando para seus lábios, entenderam seu murmúrio:
-"La Madona está aqui!"
Aquela visão durou quase um quarto de hora. As testemunhas tiveram a convicção de que ela apareceu para ele. Fez-se silêncio e o santo de Maria cerrou os olhos, a cabeça pendeu para o lado, abraçando a estampa de Nossa Senhora da Esperança que ele mesmo pintara. Seus lábios exangues e lívidos se purpuraram e um sorriso celestial transfigurou sua face. Era o dia 01 de agosto de 1787, quando os sinos de todas as igrejas de Pagani batiam para o Ângelus do meio dia.
PADRE CLÓVIS DE JESUS BOVO REDENTORISTA VICE-POSTULADOR DA CAUSA VENERÁVEL PADRE PELÁGIO SAUTER MISSIONÁRIO REDENTORISTA |
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