domingo, 2 de agosto de 2020

EVANGELHO DO DIA 2 DE AGOSTO

Evangelho segundo São Mateus 14,13-21. 
Naquele tempo, quando Jesus ouviu dizer que João Batista tinha sido morto, retirou-Se num barco para um local deserto e afastado. Mas, logo que as multidões o souberam, deixando as suas cidades, seguiram-no por terra. Ao desembarcar, Jesus viu uma grande multidão e, cheio de compaixão, curou os seus doentes. Ao cair da tarde, os discípulos aproximaram-se de Jesus e disseram-Lhe: «Este local é deserto e a hora avançada. Manda embora toda esta gente, para que vá às aldeias comprar alimento». Mas Jesus respondeu-lhes: «Não precisam de se ir embora; dai-lhes vós de comer». Disseram-Lhe eles: «Não temos aqui senão cinco pães e dois peixes». Disse Jesus: «Trazei-mos cá». Ordenou então à multidão que se sentasse na relva. Tomou os cinco pães e os dois peixes, ergueu os olhos ao Céu e recitou a bênção. Depois partiu os pães e deu-os aos discípulos, e os discípulos deram-nos à multidão. Todos comeram e ficaram saciados. E, dos pedaços que sobraram, encheram doze cestos. Ora, os que comeram eram cerca de cinco mil homens, sem contar mulheres e crianças. 
Tradução litúrgica da Bíblia 
Santo Atanásio (295-373) 
Bispo de Alexandria, doutor da Igreja 
24.ª carta para a festa da Páscoa 
«Um local deserto e afastado» 
Todos os santos tiveram de fugir da porta larga e do caminho espaçoso (cf Mt 7,13), vivendo a virtude em lugares desertos. O deserto é o abandono da agitação da vida, que proporciona ao homem a amizade com Deus. Abraão, quando saiu da terra dos caldeus, foi chamado «amigo de Deus» (Tg 2,23). Também o grande Moisés, quando saiu da terra do Egito, falou com Deus face a face, foi salvo das mãos dos seus inimigos e atravessou o deserto. Eles são a imagem da saída das trevas para a luz admirável, e da subida para a cidade que está no Céu (cf Heb 11,16), a prefiguração da verdadeira felicidade e do banquete eterno. Quanto a nós, temos connosco a realidade que foi anunciada por sombras e símbolos, isto é, a imagem do Pai, nosso Senhor Jesus Cristo (cf Col 2,17; 1,15). Se O recebermos como alimento em todos os momentos, e se marcarmos com o seu sangue as portas da nossa alma, seremos libertos dos trabalhos do Faraó e dos seus inspetores (cf Ex 12,7; 5,6s). Agora, encontrámos o caminho para passar da Terra ao Céu. No passado, por intermédio de Moisés, o Senhor precedia os filhos de Israel numa coluna de fogo e numa espessa nuvem; agora, Ele próprio nos chama dizendo: «Se alguém tem sede, venha a Mim e beba; daquele que crê em Mim sairão rios de água viva, que jorra para a vida eterna» (Jo 7,37s). Portanto, que cada um se prepare com um desejo ardente de ir a este banquete; que escute o chamamento do Salvador, porque é Ele que nos consola a todos e a cada um em particular. Aquele que tem fome venha a Ele, pois Ele é o verdadeiro pão (cf Jo 6,32). Aquele que tem sede venha a Ele, pois Ele é a fonte de água viva (cf Jo 4,10). O doente venha a Ele, pois Ele é o Verbo, a Palavra de Deus, que cura os doentes. Se alguém está sobrecarregado pelo peso do pecado e se arrepende, refugie-se a seus pés, pois Ele é o repouso e o porto de salvação. O pecador tenha confiança, porque Ele disse: «Vinde a Mim, vós todos que estais cansados e oprimidos, e Eu vos aliviarei» (Mt 11,28).

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