quinta-feira, 21 de maio de 2020

EVANGELHO DO DIA 21 DE MAIO

Evangelho segundo São João 16,16-20. 
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Daqui a pouco já não Me vereis e pouco depois voltareis a ver-Me». Alguns discípulos disseram entre si: «Que significa isto que nos diz: "Daqui a pouco já não Me vereis e pouco depois voltareis a ver-Me", e ainda: "Eu vou para o Pai"?». E perguntavam: «Que é esse pouco tempo de que Ele fala? Não sabemos o que está a dizer». Jesus percebeu que O queriam interrogar e disse-lhes: «Procurais entre vós compreender as minhas palavras: "Daqui a pouco já não Me vereis e pouco depois voltareis a ver-Me". Em verdade, em verdade vos digo: chorareis e lamentar-vos-eis, enquanto o mundo se alegrará. Estareis tristes, mas a vossa tristeza converter-se-á em alegria». 
Tradução litúrgica da Bíblia 
São Tomás de Aquino(1225-1274) 
teólogo dominicano, doutor da Igreja 
Comentário ao Credo 
A ascensão de Cristo ao Céu 
A ascensão de Cristo foi conforme à razão por três motivos. Em primeiro lugar, o Céu era-Lhe devido por causa da sua natureza. Com efeito, é conforme à natureza que cada ser regresse aonde tem a sua origem; ora, Cristo tem a sua origem em Deus, que está acima de todas as coisas. De facto, Jesus disse aos seus apóstolos (Jo 16,28): «Eu saí do Pai e vim ao mundo; agora, deixo o mundo e volto para o Pai». Também os santos sobem ao Céu, mas não da mesma maneira que Cristo; pois Cristo elevou-Se ao Céu pelo seu próprio poder, mas os santos elevam-se levados por Cristo. É por isso que Lhe dizemos, com a esposa do Cântico dos Cânticos (1,3): «Senhor, leva-nos contigo». Também se pode dizer que só com Cristo se sobe ao Céu; pois Cristo é a Cabeça da Igreja e os santos sobem ao Céu porque são seus membros. Em segundo lugar, o Céu era devido a Cristo Jesus em razão da sua vitória. De facto, Cristo foi enviado ao mundo para lutar contra o demónio e saiu vitorioso desse combate: «Eu fui vencedor e fui sentar-Me com o Pai no trono», diz Jesus (Ap 3,21). Finalmente, Cristo merecia estar no Céu por causa da sua humildade. Com efeito, não há humildade que seja tão grande como a de Cristo, pois, sendo Deus, quis tornar-Se homem; sendo Senhor, quis assumir a condição de escravo, tornando-Se obediente até à morte (cf Fil 2,7), e desceu aos infernos; por tudo isso, mereceu ser exaltado até ao Céu, ao trono de Deus. Com efeito, a humildade é o caminho que conduz à exaltação: «aquele que se humilha será exaltado», diz o Senhor (Lc 14,11); e São Paulo escreve aos Efésios (4,10): «aquele que desceu foi o mesmo que subiu acima dos Céus».

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