terça-feira, 14 de abril de 2020

Santas Berenice, Prosdócima e Domnina, mártires de Antioquia – 14 de abril

Martirológio Romano: Em Antioquia, na Turquia moderna, santas e mártires Berenice e Prosdócima, virgens, e Domnina, sua mãe, que em tempos de perseguição, para escapar das intenções de alguns que estavam tentando minar a sua pureza, enquanto tentavam escapar em fuga, encontraram o martírio nas águas de um rio.
     Berenice, Prosdócima, virgens, e sua mãe Domnina, leigas e mártires de Antioquia, nasceram na Antioquia de Síria no século III e foram martirizadas na mesma cidade nos anos 303/305.
     A Santa Domnina que celebramos hoje (diminutivo carinhoso de Domina, Senhora) é a mesma que no Martirológio anterior era celebrada em 4 de outubro, junto com as suas filhas Berenice e Prosdócima.
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     O escasso testemunho que temos de Domnina é uma notícia transmitida pela “História Eclesiástica” de Eusébio de Cesareia, que conta que para escapar das garras vergonhosas dos soldados, a mãe havia aconselhado suas belas e castas filhas a buscar refúgio no rio, com estas palavras: “Nos salvamos pela água (do batismo) e nas águas encontraremos a coroa de glória”.
     A forma especial do martírio torna facilmente identificável as três santas na menção a elas dedicada por Santo Eusébio de Cesaréia em sua obra “História Eclesiástica”, e nos panegíricos pronunciados no dia da sua festa por Eusébio de Emesa e São João Crisóstomo, autores que, entretanto, não dizem os seus nomes.
     Seus nomes aparecem no Breviário Siríaco em 20 de abril: «Prôsdòqas et Berenices...». No Martirológio Jeronimiano o nome de Berenice aparece na forma corrompida Veronicae em 15 de abril, 10 e 11 de julho; o de Prosdócima, nas formas de Prosduci, Prodociae e Prosdociae, aparece nos mesmos dias e no dia 19 de outubro; Domnina, corrompida em Dominae, ocorre nos dias 14, 15 de abril e 10 de julho. O Sinassário Constantinopolitano recorda estas mártires em 4 de outubro.
     A diferença das datas pode ser explicada por uma passagem de São João Crisóstomo (PG, L, col. 629) que coloca seu martírio cerca de vinte dias após a comemoração da Santa Cruz. Assim, os gregos, acreditaram que esta comemoração devesse ser após 14 de setembro, dia da Exaltação da Santa Cruz, e lembra o martírio de Berenice, Prosdócima e Domnina em 4 de outubro, enquanto o Breviário Siríaco coloca o seu martírio em 20 de abril, considerando como o dia da «memória da Santa Cruz» a Sexta-feira Santa. A data do Siríaco é preferível porque na época dos mártires a festa de 14 de setembro ainda não havia sido estabelecida.
     De acordo com a história transmitida por Santo Eusébio de Cesaréia, enriquecida por Eusébio de Emesa e São João Crisóstomo, Berenice e Prosdócima eram filhas de Domnina, patrícia da Antioquia célebre por sua beleza e virtude. Para escapar da perseguição de Diocleciano, as três mulheres se refugiaram em Edessa, mas, tendo sido descobertas com a cumplicidade de seu pai e marido, elas foram chamadas de volta. Os soldados romanos as surpreenderam em Gerapoli. Domnina, temendo pela castidade de suas filhas, pediu-lhes que se lançassem com ela no rio, depois de deixar os sapatos na praia para não comprometer os soldados. Este sacrifício foi celebrado em toda a antiguidade.
     No Martirológio Romano, em 19 de outubro, lemos esta memória: "Antiochiae sanctorum martyrum Beronici Pelagiae virginis, et aliorum quadraginta novem". Este elogio deriva-se da leitura que Floro deu à um manuscrito do Jeronimiano. Outra recordação do grupo reaparece, no mesmo martirológio, no dia 14 de abril. Santo Agostinho diz que as mártires foram objeto de um culto muito difundido e Santo Ambrósio as recorda, no entanto, associando a elas também Santa Pelágia.
Nota: Ver Historia Eclesiástica, VIII,12,3-5 e Acta Sanctorum, outubro, tomo II, pág. 398ss. A homilía de Crisóstomo em Migne, PG L,629-640.
Etimologia: Berenice, do grego macedônico Berenike, Bernike, Beronike; do grego comum, Pherenike: “a portadora (bere ou phere) da vitória (nike).
Prosdócimo (a), sobrenome italiano, do grego Prosdókimos: “o (a) esperado (a), o (a) aguardado (a)

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