Evangelho segundo São Lucas 6,36-38.
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Sede misericordiosos, como o vosso Pai é misericordioso.
Não julgueis e não sereis julgados. Não condeneis e não sereis condenados. Perdoai e sereis perdoados.
Dai e dar-se-vos-á: deitar-vos-ão no regaço uma boa medida, calcada, sacudida, a transbordar. A medida que usardes com os outros será usada também convosco».
Tradução litúrgica da Bíblia
Santo António de Lisboa
(1195-1231)
franciscano,
doutor da Igreja
«Quarto domingo depois do Pentecostes»
A tripla misericórdia
«Sede misericordiosos,
como o vosso Pai é misericordioso».
Assim como a misericórdia do Pai celeste por ti é tripla, assim deve ser a tua misericórdia com o teu próximo.
A misericórdia do Pai é boa, ampla e preciosa: «A misericórdia no tempo da tribulação é propícia, como nuvem de chuva no tempo da seca» (Sir 35,24). No tempo da prova, quando o espírito se entristece por causa dos seus pecados, Deus infunde a chuva da graça, que é refrigério para a alma e remissão dos pecados. A misericórdia é ampla porque se estende às boas obras ao longo dos tempos. E é preciosa nas alegrias da vida eterna. «Vou recordar as misericórdias do Senhor, os seus feitos gloriosos, tudo quanto fez por nós o Senhor, toda a sua bondade para com o povo de Israel, tudo o que fez por eles na sua benignidade, e com a sua imensa misericórdia» (Is 63,7).
A tua misericórdia pelo teu próximo também deve ter estas três qualidades: se ele pecou contra ti, perdoa-lhe; se está afastado do caminho da verdade, instrui-o; se tem sede, sacia-o, pois diz Salomão: «Os teus pecados serão purificados pela fé e a misericórdia» (cf Prov 15,27, LXX). «Aquele que converte um pecador do seu erro salvará da morte a sua alma e obterá o perdão de muitos pecados», recorda São Tiago (Tg 5,20); e diz o salmo: «feliz daquele que cuida do pobre» (Sl 40,2)
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