Evangelho segundo São João 19,28-37.
Naquele tempo, sabendo que tudo estava consumado e para que se cumprisse a Escritura, Jesus disse: «Tenho sede».
Estava ali um vaso cheio de vinagre. Prenderam a uma vara uma esponja embebida em vinagre e levaram-Lha à boca.
Quando Jesus tomou o vinagre, exclamou: «Tudo está consumado». E, inclinando a cabeça, expirou.
Por ser a Preparação da Páscoa, e para que os corpos não ficassem na cruz durante o sábado – era um grande dia, aquele sábado –, os judeus pediram a Pilatos que se lhes quebrassem as pernas e fossem retirados.
Os soldados vieram e quebraram as pernas ao primeiro, depois ao outro que tinha sido crucificado com Ele.
Ao chegarem a Jesus, vendo-O já morto, não Lhe quebraram as pernas,
mas um dos soldados trespassou-Lhe o lado com uma lança, e logo saiu sangue e água.
Aquele que viu é que dá testemunho e o seu testemunho é verdadeiro. Ele sabe que diz a verdade, para que também vós acrediteis.
Assim aconteceu para se cumprir a Escritura, que diz: «Nenhum osso lhe será quebrado».
Diz ainda outra passagem da Escritura: «Hão de olhar para Aquele que trespassaram».
Tradução litúrgica da Bíblia
Concílio Vaticano II
Declaração sobre a liberdade religiosa,11
Testemunhas da verdade
Cristo deu testemunho da verdade (Jo 18.37), mas não a quis impor pela força aos seus contraditores. O seu reino não se defende pela violência (Mt 26,51-53) mas implanta-se pelo testemunho e pela audição da verdade; e cresce pelo amor com que Cristo, elevado na cruz, a Si atrai todos os homens (Jo 12,32).
Os Apóstolos, ensinados pela palavra e exemplo de Cristo, seguiram o mesmo caminho [...], não com a coação ou com artifícios indignos do Evangelho, mas primeiro que tudo com a força da palavra de Deus (1Cor 2,3-5). A todos anunciavam com fortaleza a vontade de Deus Salvador «o qual quer que todos os homens se salvem e venham ao conhecimento da verdade» (1Tim 2,4); ao mesmo tempo, respeitavam os fracos, mesmo que estivessem no erro, mostrando assim como «cada um de nós dará conta de si a Deus» (Rom 14,12) e, nessa medida, tem obrigação de obedecer à própria consciência. [...] Acreditavam firmemente que o Evangelho é a força de Deus, para salvação de todo o que acredita (Rom 1,16). E assim, desprezando todas as «armas carnais» (2Cor 10,4), seguindo o exemplo de mansidão e humildade de Cristo, pregaram a palavra de Deus (Ef 6,11-17) com plena confiança na sua força para destruir os poderes opostos a Deus [...]. Como o Mestre, também os Apóstolos reconheceram a legítima autoridade civil [...]. Ao mesmo tempo, não temeram contradizer o poder público que se opunha à vontade sagrada de Deus: «deve-se obedecer antes a Deus do que aos homens» (At 5,29). Inúmeros mártires e fiéis seguiram, no decorrer dos séculos e por toda a Terra, este mesmo caminho.
Nenhum comentário:
Postar um comentário