Evangelho segundo São Lucas 4,14-22a.
Naquele tempo, impelido pelo Espírito, Jesus voltou para a Galileia e a sua fama propagou-se por toda a região.
Ensinava nas sinagogas e era elogiado por todos.
Foi então a Nazaré, onde Se tinha criado. Segundo o seu costume, entrou na sinagoga a um sábado e levantou-Se para fazer a leitura.
Entregaram-Lhe o livro do profeta Isaías e, ao abrir o livro, encontrou a passagem em que estava escrito:
«O Espírito do Senhor está sobre mim, porque Ele me ungiu para anunciar a boa nova aos pobres. Enviou-me a proclamar a redenção aos cativos e a vista aos cegos, a restituir a liberdade aos oprimidos,
a proclamar o ano da graça do Senhor».
Depois enrolou o livro, entregou-o ao ajudante e sentou-Se. Estavam fixos em Jesus os olhos de toda a sinagoga.
Começou então a dizer-lhes: «Cumpriu-se hoje mesmo esta passagem da Escritura que acabais de ouvir».
Todos davam testemunho em seu favor e se admiravam das palavras cheias de graça que saíam da sua boca. E perguntavam: «Não é este o filho de José?».
Tradução litúrgica da Bíblia
Catecismo da Igreja Católica
§ 695
«O Espírito do Senhor está sobre mim,
porque ele me ungiu»
O simbolismo da unção com óleo é também significativo do Espírito Santo, a ponto de se tomar o seu sinónimo (1Jo 2,20.27; 2Cor 1,21). Na iniciação cristã, ela é o sinal sacramental da confirmação, que nas Igrejas orientais se chama crismação.
Mas, para lhe apreendermos toda a força, temos de voltar à primeira unção realizada pelo Espírito Santo: a de Jesus. Cristo (Messias em hebraico) significa ungido pelo Espírito de Deus. Houve ungidos do Senhor na antiga Aliança (Ex 30,22-32), sobretudo o rei David (1Sam 16,13). Mas Jesus é o ungido de Deus de maneira única: a humanidade que o Filho assume é totalmente «ungida pelo Espírito Santo». Jesus é constituído Cristo pelo Espírito Santo (Lc 4,18-19; Is 61,1). A Virgem Maria concebe Cristo do Espírito Santo, que pelo anjo O anuncia como Cristo aquando do seu nascimento (Lc 2,11) e leva Simeão a ir ao Templo ver o Cristo do Senhor (Lc 2,26-27). É Ele que enche Cristo (Lc 4,1) e cujo poder emana de Cristo, nos seus atos de cura e salvação (Lc 6,19; 8,46). Finalmente, é Ele que ressuscita Jesus de entre os mortos (Rom 1,4; 8,11).
Então, plenamente constituído «Cristo» na sua humanidade vencedora da morte (At 2,36), Jesus difunde em profusão o Espírito Santo, até que «os santos» constituam, na sua união à humanidade do Filho de Deus, o «homem adulto à medida completa da plenitude de Cristo» (Ef 4,13), «o Cristo total», para empregar a expressão de Santo Agostinho (Sermão 341.1.1).
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