sábado, 11 de janeiro de 2020

EVANGELHO DO DIA 11 DE JANEIRO

Evangelho segundo São João 3,22-30. 
Naquele tempo, Jesus foi com os seus discípulos para a região da Judeia e ali convivia com eles e batizava. Também João estava a batizar em Enon, perto de Salim, porque havia ali águas abundantes e vinha gente para ser batizada. João, de facto, ainda não tinha sido lançado na prisão. Então levantou-se uma discussão entre os discípulos de João e um judeu, acerca dos ritos de purificação. Foram ter com João e disseram-lhe: «Rabi, aquele que estava contigo na margem de além-Jordão, aquele de quem deste testemunho, está a batizar, e toda a gente vai ter com Ele». João declarou: «Um homem não pode tomar nada como próprio, se isso não lhe for dado do Céu. Vós mesmos sois testemunhas de que eu disse: "Eu não sou o Messias, mas apenas o enviado à sua frente". O esposo é aquele a quem pertence a esposa; mas o amigo do esposo, que está ao seu lado e o escuta, sente muita alegria com a voz do esposo. Pois esta é a minha alegria! E tornou-se completa! Ele é que deve crescer, e eu diminuir». 
Tradução litúrgica da Bíblia 
Diádoco de Foticeia (400) bispo 
A Perfeição Espiritual,12-14;PG 65,1171 
«Mas o amigo do esposo, 
que está ao seu lado, sente muita alegria» 
A glória convém a Deus devido à sua grandeza e a humildade convém ao homem porque faz dele família de Deus. Se agirmos desta forma, estaremos alegres, a exemplo de São João Batista, e repetiremos sem descanso: «Ele é que deve crescer, e eu diminuir». Conheço uma pessoa que ama tanto a Deus – embora se aflija por não O amar tanto como gostaria – que a sua alma experimenta sem cessar este desejo ardente: que Deus seja glorificado nele e que ele próprio se apague. Um homem assim não sabe quem é, ainda que receba elogios, porque, no seu grande desejo de se humilhar, não pensa na sua própria dignidade. Cumpre o culto divino [...] mas, na sua disposição de radical amor a Deus, enterra a lembrança da sua própria dignidade no abismo do seu amor [...], apaga o orgulho que daí retiraria e nunca aparece, ao seu próprio juízo, senão como um servo inútil (Lc 17,10). [...] É o que devemos fazer nós também: evitar todas as honrarias e todas as glórias em função da riqueza transbordante de amor do Senhor que tanto nos amou. Aquele que ama a Deus do fundo do coração é por Ele reconhecido. Com efeito, na medida em que acolhemos o amor de Deus no fundo da nossa alma, nessa mesma medida temos o amor de Deus. Esse homem passa então a viver uma paixão ardente pela iluminação do conhecimento, até que venha a saborear uma grande plenitude interior. Nesse momento, já não se reconhece a si mesmo, pois está inteiramente transformado pelo amor de Deus. Um homem assim está nesta vida sem cá estar. Embora continue a habitar o corpo, sai dele continuamente pelo movimento do amor da alma, que o transporta para Deus. [...] Com o coração a arder no fogo do amor, permanece agarrado a Deus de forma irresistível porque, pelo amor de Deus, foi arrancado definitivamente à amizade a si mesmo.

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