PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA REDENTORISTA 51 ANOS CONSAGRADO 44 ANOS SACERDOTE |
Como o ramo ao tronco
No Tempo Pascal somos instruídos sobre a força transformadora da Ressurreição de Cristo. O Mistério Pascal atua em nós, não somente a partir de atividades renovadas por Cristo, mas em uma comunhão de vida. João Evangelista explica essa verdade pelo símbolo da árvore e os ramos. Mostra como estamos unidos a Cristo. É união de vida, porque circula pelos ramos a mesma vida e vitalidade que estão no tronco. O verbo ‘permanecer’ é forte e claro. Somos estimulados a permanecer em Cristo como o ramo permanece unido a árvore. Há uma mesma vida que nos une. O Mistério Pascal de Cristo é a sua vida atuante em nós como vida e como atividades. Permanecer é o verbo que diz o que acontece em nosso relacionamento com Deus. Temos por exemplo o texto do discurso do Pão da Vida: “Quem come a minha carne e bebe o meu sangue permanece em mim e Eu nele” (Jo 6,56). Como o alimento permanece em nós, assim é o Pão da Vida. É uma união de Vida. Jesus ensina que a mesma Vida que mantém a árvore viva, corre pela planta e pelos ramos. Jesus diz que há uma união completa entre o tronco que é Ele e, os ramos que somos nós. Jesus ensina o mandamento do amor que é a seiva vital que percorre a planta. Guardar a fé e o mandamento do amor é permanecer em Deus. E Deus permanece com Ele (1Jo 3,24). Esse é o resultado do nosso encontro com Cristo em seu Mistério Pascal. Celebrar é alimentar esse relacionamento e crescer na vida cristã pela fé.
Permanecer é produzir frutos.
Jesus diz: “Eu sou a videira verdadeira e meu Pai é o agricultor” (Jo 15,1). O Pai sabe como cuidar da planta e faz as podas no tempo certo. Há duas podas: uma para cortar os ramos que não dão frutos e a outra para cortar os ramos viçosos para que dêem mais frutos ainda. O ramo viçoso é sacrificado pelo bem do fruto. Pena que nós não percebemos quando Deus quer nossos frutos e por isso corta muita coisa que é até boa, para ficar melhor. E se não damos frutos... Estamos condenados ao fogo: “Quem não permanecer em mim, será lançado fora como um ramo e secará. Tais ramos são recolhidos e lançados no fogo e queimados” (Jo 15,6)... Para dar fruto, temos que estar unidos ao tronco que é Cristo. Sem Cristo estamos secos. Afirma: “Sem mim nada podeis fazer!” (Jo 15,5). O ramo não pode produzir frutos por si mesmo, se não permanecer na videira, isto é, em Cristo. Permanecer unido ao tronco, nos dá garantias de sermos ouvidos na oração: “Se permanecerem em mim e minhas palavras permanecerem em vós, pedi o que quiserdes e tudo vos será dado. Nisto, meu Pai é glorificado”. É louvor e glória de Deus pedir em nome de Jesus. Os frutos são o melhor louvor ao Pai, pois estão unidos ao Fruto Bendito que é Jesus. Ele produz frutos em nós, como vemos produzindo frutos em Paulo (At 9,28-29).
Crer e amar
A seiva que corre no troco vai aos galhos. Essa seiva é o amor de Deus em Cristo e o amor aos irmãos. O mandamento é crer em Jesus e amar os irmãos. Um único mandamento com duas faces. O amor não só de palavras, mas em ações e em verdade: “Não amemos só com palavras e de boca, mas com ações e de verdade! Aí está o critério para saber que somos da verdade e para sossegar diante dele o nosso coração” (1Jo 3,18-19). O amor exige a verdade. A verdade do amor são os atos coerentes. Fala-se de amor em todos os tons. Mas o único que nos amou com totalidade foi Jesus que nos deu sua vida. Se dermos a vida, dedicando-a aos irmãos, como o fez Paulo, estamos amando e produzimos frutos.
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