segunda-feira, 2 de dezembro de 2019

REFLETINDO A PALAVRA - “Esplendor de vossa face”

PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA
REDENTORISTA
51 ANOS CONSAGRADO
44 ANOS SACERDOTE
Deus O ressuscitou 
A ressurreição de Jesus domina a vida dos discípulos que, de aterrorizados, passam a corajosos proclamadores do único fato que justifica a história do mundo. Nascemos para chegar a Deus. Os discípulos corajosamente, presididos por Pedro, anunciam a Ressurreição. Depois da cura do aleijado, Pedro diz, denunciando os causadores da morte de Jesus que, tanto os chefes como o povo, agiram por ignorância: “Vós rejeitastes o justo e pedistes a libertação para um assassino. Vós matastes o autor da Vida, mas Deus O ressuscitou dos mortos, e disso nós somos testemunhas” (At 3,14-15). Ser testemunha na linguagem dos apóstolos é terem visto o Cristo vivo, não como um fantasma, pois tem carne e ossos presentes. E estavam presentes em bom número. Vejamos a narração: Jesus aparece no meio deles. Pensaram que era um fantasma. Jesus lhes mostra as mãos e os pés para confirmar que Ele era o que fora crucificado. É um humano. Ainda mais: como sua surpresa era muito grande, pede alguma coisa para comer. Eles Lhe dão um pedaço de peixe assado. Ele comeu diante deles (Lc 24,35-48). É um vivo em carne e osso, ressuscitado. Jesus lhes explica que o que aconteceu com Ele, estava nas Escrituras. Este é o anúncio básico para a conversão e o perdão dos pecados. Os apóstolos dão testemunho dessa verdade para a pregação. Para aceitar esse testemunho, o ouvinte tem que se converter. Essa conversão é um toque de Deus na vida da pessoa como Jesus fez com os discípulos. 
Renovação espiritual 
A oração da missa pede que a comunidade renovada, tendo recuperado com alegria a condição de filhos de Deus, espere com plena confiança o dia da ressurreição. É a contínua conversão que deve ocorrer quando celebramos os mistérios pascais. Por isso pede a Deus: “Fazei brilhar sobre nós o esplendor de vossa face”(Sl 4). Esse esplendor nós o vemos no cumprimento de seus mandamentos: “Para saber que O conhecemos vejamos se guardamos seus mandamentos... Naquele que guarda a sua palavra, o amor de Deus é plenamente realizado” (Sl 4). Esse mandamento se estende a todas as circunstâncias através do mandamento do amor ao próximo. O brilho da face de Deus está, não em maravilhas exteriores, mas no rosto misericordioso voltado ao necessitado de todos os socorros. Cada Páscoa bem vivida é um renovar da comunidade. Por isso, a celebração deve ir além dos ritos e, ser uma expressão do interior convertido. Se tivermos um coração convertido, a celebração toma sentido. Do contrário são ritos bonitos, mas vazios. 
Arrependei-vos 
Jesus teve uma vida de contínua conversão para realizar a vontade do Pai. Conversão no sentido de uma busca sempre maior. Nós buscamos a conversão saindo de nosso mundo distante de Deus para uma vida marcada pela renovação interior. Toda pregação dos apóstolos anunciava o acontecido com Jesus e, a seguir, fazia o convite à conversão. Conversão era aceitar o caminho de Jesus. Sabemos que os primeiros cristãos tinham ouvido as pregações de Jesus e conheciam seu ensinamento. Aceitando Jesus como Messias, aceitavam o caminho que havia proposto. Por isso se converteram com grande animação, tendo a prova consistente de sua Ressurreição. Viveram movidos pelo Espírito Santo levando a efeito, o que tinham aprendido. No mundo pagão, o Espírito Santo abria o caminho para a pregação e conversão sempre com o testemunho da Ressurreição. Isso é que nos falta no momento.

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