Evangelho segundo São Mateus 11,11-15.
Naquele tempo, disse Jesus à multidão: «Em verdade vos digo que, entre os nascidos de mulher, não apareceu ninguém maior do que João Batista. Mas o mais pequeno no reino dos Céus é maior do que ele.
Desde os dias de João Batista até agora, o reino dos Céus sofre violência e são os violentos que se apoderam dele.
Porque todos os profetas e a Lei profetizaram até João.
É ele, se quiserdes compreender, o Elias que estava para vir.
Quem tem ouvidos, oiça».
Tradução litúrgica da Bíblia
João Carpátio (século VII)
monge e bispo
Capítulos de exortação n.º50
«O reino dos Céus sofre violência»
Como podemos vencer o pecado, depois de ele se apoderar de nós? É necessário fazer violência; com efeito, está dito: «O homem arranca-se à perdição através da dor» (Prov 16,26, LXX), esforçando-se continuamente por chegar à santidade dos seus próprios pensamentos.
Contrariar a violência com a violência não é coisa que esteja proibida pelas leis. Assim pois, se praticamos alguma obra de violência - ainda que muito rreduzida - e se esperamos o poder que nos vem do alto, permanecendo em Jerusalém (cf Lc 24,49), que o mesmo é dizer, em oração incessante e na prática das virtudes, um dia, essa obra exercerá em nós grande violência, que não será como a nossa, que é muito fraca. Os lábios da carne não sabem exprimir tal violência, que é capaz de dominar toda a sua força e de vencer os piores hábitos e a malícia dos demónios, bem como o impulso que conduz as nossas almas para o pior; que é capaz, enfim, de vencer os movimentos desordenados do corpo. Com efeito, está dito: «Ressoou, vindo do céu, um som comparável ao de forte rajada de vento» (At 2,2), que expulsa a malícia que nos faz preferir sempre o pior.
Que no altar da tua alma arda continuamente o fogo das orações da santa meditação das palavras do Espírito, essas orações que se elevam ao mais alto dos Céus.
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