segunda-feira, 4 de novembro de 2019

REFLETINDO A PALAVRA - “Pregação do Evangelho”

PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA
REDENTORISTA
51 ANOS CONSAGRADO
44 ANOS SACERDOTE
Operários do Reino 
Jesus, desde a Encarnação, já é Missão. Não ficou silencioso, pois todos sabiam que era o filho de José. Era um testemunho vivo que Se mostrará com o testemunho da palavra. A Ele se aplica a parábola da semente: "O Reino de Deus é como um homem que lançou a semente à terra... a semente germina e cresce sem que o semeador saiba como (Mc 4,26). Assim Jesus crescia até se manifestar a Israel. Não foi um tempo perdido, mas tempo de crescer. Jesus começa a percorrer as cidades pregando: “O tempo já se completou: o Reino de Deus está próximo. Convertei-vos e crede no Evangelho” (Mc 1,15). Iniciando seu ministério público com o anúncio do Reino, Jesus não o faz sozinho, mas começa a reunir discípulos que assumam com Ele a missão. O anúncio do Reino é obra de todos. Como Jesus é o fundamento do Reino, reúne em torno de si discípulos. O convite de Jesus é para que “ficassem com Ele para enviá-los a pregar”(Mc 3,14). Primeiro estão com Ele para aprender a viver e depois anunciar. Jesus constitui neles a primeira base do Reino com Ele. Não procura ajudantes, mas cria a comunidade que vai multiplicar sua palavra. O profeta Jonas é também um exemplo de um chamado por Deus para ir a Nínive e pregar a conversão da cidade (Jn 3,1ss). O tempo já se completou, mas ainda é atual, pois é o kairós, o tempo presente de Deus. É um passado que continua presente. 
Mostrai-nos vossos caminhos
Vivemos um mundo grande. Impressiona o vigor do anúncio de Jesus, seguido depois por seus discípulos. Iniciam em Israel, mas logo estão no centro do mundo, para de lá, irradiar. O centro é onde há necessidade de uma maior conversão, pois os bens materiais afogam qualquer conversão. Hoje tememos a cidade grande e ficamos na periferia, fora do risco e do perigo. Como evangelizar? Jesus deu preferência aos pequenos, mas estava sempre ensinando no templo que era o coração do povo de Israel. O eixo da pregação do evangelho é o chamado à conversão. O Evangelho deve penetrar as estruturas e mudar os corações. Fazemos a opção pelos humildes, porque são maioria, mas são eles que irão modificar as estruturas. Não esperamos leis e autoridades que as modifiquem, pois as leis das instituições favorecem os “donos” do poder. Estar com Jesus e ser enviado a evangelizar é o verdadeiro poder. Por isso rezamos com humildade, com constância, que o Senhor nos indique os caminhos e que sua verdade nos conduza (Sl 24). Não devemos temer a grandiosidade da cidade grande, pois o Reino de Deus tem a força.
A figura do mundo passa 
Paulo, diante da proximidade da vinda do Senhor, exorta o povo a viver o desapego das realidades humanas, sem as negar. Visa uma vida mais intensa no Reino na espera do Senhor que está para vir. Desligar-se dos bens do mundo, não é desprezá-las, pois não podemos viver sem eles. É o justo valor a eles que interessa. Esses bens não são “deuses”, mas estão a serviço. Desviá-los de suas funções em servir-nos equilibradamente, sem tentações, é empobrecer sua riqueza e sua finalidade de dar ao homem e à mulher, mais humanidade e maior geração de vida. A conversão ao Evangelho nos faz buscar nas bem-aventuranças o sentido de uma vida cada vez mais plena. É o testemunho que nos deu Jesus. Viveu em tudo a condição humana, menos o pecado” (Hb 4,15). Pecar é simplesmente usar mal e sem amor, o que foi feito para o bem e para maior amor.

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