sexta-feira, 8 de novembro de 2019

REFLETINDO A PALAVRA - “Jesus em Missão”

PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA
REDENTORISTA
51 ANOS CONSAGRADO
44 ANOS SACERDOTE
Evangelizar é uma glória 
Paulo explica em sua primeira carta aos Coríntios, o que significa evangelizar. Por esse texto podemos compreender aquela parábola de Jesus sobre o servo que se chama de inútil: “Somo servos inúteis” (Lc 17,10) que já refletimos. Não somos funcionários. Trabalhar pelo anúncio do Evangelho é um privilégio que vem de uma imposição que damos a nós mesmos: “Pregar o Evangelho... é uma necessidade para mim...”. “Ai de mim se eu não pregar o Evangelho” em que consiste meu salário? Pregar o Evangelho, oferecendo-o de graça... tornei-me escravo de todos” (1Cor 9,16-18). Podemos dizer que pregar o evangelho é um privilégio. A atitude evangelizadora de Jesus é anunciar e curar todos os males, expulsando os muitos demônios que maltratam o povo com os males e as doenças. Eles identificavam todo o mal como uma possessão diabólica. Seus milagres tomavam forma de expulsão dos demônios, pois curava as pessoas. Aqui temos o exemplo da cura da sogra de Pedro (Mc 1,21-28). Não precisamos de demônios especiais para fazermos o mal. Esse mal nós o escolhemos. Por isso podemos chamar de possessão, pois só faz o mal quem opta pelo mal, isto é, pelo demônio. Essas são as verdadeiras possessões diabólicas. As outras que vemos por aí são problema de saúde que médico pode resolver. Mas os demônios que alimetamos em nós, esses, ninguém quer tirar. Assumir a atitude evangelizadora de Jesus é tirar o demônio do coração. 
Por-se a servir 
As ações de Deus em nós não são benefícios exclusivamente pessoais, mas nos colocam em atitude de missão. Vemos no milagre da cura da sogra de Pedro que o milagre não é somente um dom pessoal, mas um benefício à comunidade. Apenas curada, a senhora levanta-se e começa a servi-los. Por-se a serviço foi a verdadeira cura. Curou não somente uma febre para que ficasse sadia, mas para que, sadia se fizesse serva. O egoísmo dos beneficiados por curas e milagres não tem o milagre completo que é por-se a serviço do Reino. Deus faz a sua parte, mas nós podemos negar nosso compromisso. Jesus tem mais um elemento que O torna forte em sua missão: Seu diálogo com o Pai. Jesus rezava e muito. No texto de hoje vemos que se levantou de madrugada e foi rezar num lugar deserto. O que rezava Jesus? Vemos nos evangelhos que rezava as orações do povo, sabia dar graças, como vemos no retorno dos apóstolos de sua missão e rezou no horto. Os discípulos estavam distantes, sem ouvir o que dizia, pois dormiam, mas sabiam o que diria naquela situação. Sua vida de oração era o suporte da evangelização. Paulo mostra como evangelizar: “com os fracos eu me fiz fraco para ganhar os fracos... Por causa do Evangelho eu faço tudo, para ter parte nele” (1Cor 9,22-23). 
A vida é um sopro 
Jesus se mantinha na oração para se fortalecer, pois como Jó, sentia a fragilidade da vida. Para Jesus a vida também era uma luta como diz Jó: “Não é acaso uma luta a vida do homem sobre a terra?” (Jó 7,1). Como assumiu em tudo a condição humana, assumiu também essa fragilidade, mas também sabia que o Senhor “conforta os corações despedaçados, Ele enfaixa as feridas e as cura... o Senhor é o amparo dos humildes...” (Sl 146). A liturgia desse domingo nos anima a evangelizar, mesmo sendo frágeis. Cada um tem um dom e um sentido precioso na comunidade.

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