sábado, 5 de outubro de 2019

REFLETINDO A PALAVRA - “Todos são santos”

PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA
REDENTORISTA
51 ANOS CONSAGRADO
44 ANOS SACERDOTE
(Ao fundo o sempre estimado 

PADRE JOSÉ OSCAR BRANDÃO!)
O direito de ser feliz 
A celebração da festa de Todos os Santos vem nos alertar para um sentido mais importante da vida cristã: a santidade. Deus é santo e sua santidade não tem limites. Mas quis que todos participassem de sua natureza. Por isso nos chama de filhos e nos coloca em comunhão com Ele. Estamos assim em caminhada constante para ir onde está nossa fonte e fim. A Ele nos dirigimos a saudação que fazemos em todas as missas: “Santo, Santo, Santo!”. Na Escritura aprendemos que Deus é inacessível, incompreensível e perfeitíssimo. Justamente por ser o maior e ter em si todo o bem, quis dar-nos participação nessa vida de felicidade total. É o direito que nos dá de sermos felizes. É o que Jesus diz como inauguração de seu ministério e síntese de todo seu ensinamento. A felicidade que o Pai nos oferece gera em nossa vida aquilo que Jesus vivia: Era feliz porque aberto para Deus, isto é, pobre de espírito; Queria ser total para o Pai, preocupado como que é Dele, por isso chora de ver o mundo longe Dele. Mas é bondoso em toda circunstância. É pacífico como Jesus e disso faz sua pátria. Jesus era faminto e sedento da sabedoria que buscava no Pai. Justiça é a santidade do Pai. A misericórdia é o nome do Pai que se dá o nome de ternura e bondade, quando aparece a Moisés (Ex 34,6-7). Jesus é pureza de coração porque vê com os olhos do Pai. Pureza é amar. É com esses olhos que vemos a Deus e construímos a paz. Como vive como o Pai, com Jesus, vamos segui-lo também na perseguição. Não servirei, disse Satanás a Deus. Jesus se põe a serviço. É o caminho. 
Direito de filhos 
A felicidade do discípulo brota do conhecimento de sua condição de filho. Querendo chegar ao máximo de nossa entrega em Jesus, recebemos a condição de filhos. Não é só um título, mas uma verdade. Nós o somos de fato. Esse é o fundamento de toda a santidade. E continua são João dizendo que “nem sequer se manifestou o que seremos. Sabemos que, quando Jesus se manifestar, seremos semelhantes a Ele, porque O veremos tal como Ele é” (1Jo 3, 2). O direito de filhos é esta semelhança vai muito além de simples traços de família. É uma participação a partir da comunhão que se estabeleceu entre nós e Jesus que nos associou a si. O homem foi criado à imagem e semelhança de Deus no sentido “do mesmo sangue e da mesma vida”, como de uma família. Na criação nova, que é a redenção, participamos também da vida do Filho que nos uniu a si, como participantes de sua natureza divina. Assim nos ensina Pedro em sua carta (2Pd 1,4). Por isso o veremos tal como Ele é (1Jo 1,2). Crer em Jesus gera em nós um processo de purificação. Ele é nosso eterno Redentor sempre a nos purificar.
  Pastoral da santidade 
Temos muitas pastorais que sempre são bem assumidas e dão bons frutos. Temos movimentos e irmandades. O que se sente é que a espiritualidade, a vida em Cristo sob a ação do Espírito Santo, acaba por não penetrar a vida e as atividades da comunidade. Desse modo essas atividades acabam por não ter um ponto de apoio e consistência. Não são feitos no Senhor. Não são ruins nem ineficientes. Poderiam ser santificadores também. A santidade é ponto de partida e não de chegada. A divinização que nos é dada a participar deverá penetrar as atividades de modo que façam crescer em nós e entre nós a comunhão do Corpo de Cristo. Digamos que é o batismo em ação, sustentado pelos outros sacramentos e pela unção permanente do Espírito. Sem isso a pastoral não resulta bem.

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