domingo, 13 de outubro de 2019

Homilia do 28º Domingo Comum (13.10.19)

PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA
REDENTORISTA
51 ANOS CONSAGRADO
44 ANOS SACERDOTE
“Milagres que curam” 
Deus sem fronteiras 
Jesus manifesta mais uma vez a grande abertura do Reino de Deus a todos. Continuou na linha profética de um povo missionário aberto a todos os povos. Toma esses dois exemplos para mostrar como Deus busca os mais distantes. E Jesus identifica a fé de pagãos, mais consistente que a fé dos judeus, depositários de todas as promessas. A história de Naamã, que com relutância inicial, obedece e faz o simples gesto de mergulhar sete vezes no rio Jordão, muito inferior aos rios da Síria. Os gestos de Deus em favor dos homens são sempre simples e humildes. A grandeza vem da fé. O milagre leva a uma definição por Deus: “Permite que teu servo leve daqui a terra que dois jumentos podem carregar. Pois teu servo já não oferecerá holocaustos ou sacrifício a outros deuses, mas somente ao Senhor” (2Rs 5,17). O milagre conduz a uma adesão a Deus. O profeta (v.16) recusa presentes pelo milagre. Jesus confirma que Deus acolhe a fé dos pagãos. Jesus retoma a questão mostrando que os estrangeiros têm mais fé. Dez leprosos pedem a Jesus a cura: “Jesus, Mestre, tem compaixão de nós” (Lc 17,13). Ele manda que vão aos sacerdotes. Eram esses que declaravam alguém leproso e os isolava da comunidade e depois comprovava sua cura com documento. O milagre aconteceu enquanto iam. A lepra era uma doença que levava à exclusão total. Jesus cura os dez. Um deles volta para agradecer. E era um samaritano. Voltou para agradecer e dar glória a Deus. Compreendeu o sentido do milagre. Cura pela fé Jesus se agasta com a ausência dos outros: “Não foram dez os curados? E os outros nove, onde estão? Não houve quem voltasse para dar glória a Deus, a não ser esse estrangeiro?” (Lc 17,17-19). Temos a mesma situação em Naamã. É o estrangeiro que reconhece a ação de Deus. Nesse milagre entendemos a função do milagre e por outro lado, o que se perde com um milagre. Jesus cura a todos. Mas somente o samaritano se salva: “Levanta-te e vai”! Tua fé te salvou”. Jesus não mandou a lepra de volta aos outros nove, mas afirma que o milagre verdadeiro se realizou no samaritano, pois curou também sua fé. Agora ele crê e está salvo. E os outros se curaram, mas não curaram o coração, a fé. Ouvimos que tantas pessoas recebem milagres, mas não modificam sua atitude de fé para uma fé que se defina como vida a partir do coração. A fé provoca uma mudança de direção de nossa vida, colocando-nos no caminho de Jesus, não como uma opção intelectual, mas de vida. A vida se compromete com o Senhor Jesus num processo de vida que atinge também o culto. O culto a Deus exemplificado por Naamã e pelo samaritano, só vai existir quando tivermos uma opção por Deus que envolva toda nossa vida. De resto permanecerá um culto vazio. 
A palavra não está algemada 
“Estejamos atentos ao bem que podemos fazer” (Oração). Isso só nos será possível se estivemos atentos à Palavra. Paulo, mesmo prisioneiro, tem confiança que suas algemas se tornam uma razão para que a salvação chegue a todos: “Por isso suporto tudo pelos eleitos, para que eles também alcancem a salvação que está em Cristo Jesus” (2Tm 2,10). Reafirma que a Palavra não está algemada. A força de Paulo e seu vigor encontram respaldo na força da Palavra. Ela o estimula sempre mais a, mesmo prisioneiro, continuar seu ministério, sua missão. Vê sua vida como uma união ao Cristo em seu sofrimento e sua glória: “Se com Ele morremos, com Ele viveremos... se lhe somos infiéis, ele permanece fiel, pois não pode negar a Si mesmo” (id 11,13). Assim temos a certeza que a fé é anuncio e vida. 
Leituras: 2 Reis 5,14-17; Salmo 97;
2ª Timóteo 2,8-13;Lucas 17,11-19. 
1.Os gestos de Deus em favor dos homens são sempre simples e humildes. 
2.A fé leva a uma mudança de direção de nossa vida, colocando-nos no caminho de Jesus. 
3.A força de Paulo e seu vigor encontram respaldo na força da Palavra. 
Um banho faz bem 
A água lava tudo. A história do sírio Naamã faz lembrar que um bom banho limpa muita impureza. Mas a água que lavou o comandante leproso foi mais longe, lavou seu coração. Ele mudou o rumo de sua vida. De agora em diante só conhece o Deus de Israel. Só a ele vai prestar culto. Ele ficou curado, como o leproso samaritano. Os dois foram além e deram o passo que purificou suas vidas: de agora em diante, coração purificado pela fé. Sem deixar de lado o valor do banho de água, o banho da fé lava muito mais e não exige outro.

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