segunda-feira, 21 de outubro de 2019

EVANGELHO DO DIA 21 DE OUTUBRO

Evangelho segundo São Lucas 12,13-21. 
Naquele tempo, alguém, do meio da multidão, disse a Jesus: «Mestre, diz a meu irmão que reparta a herança comigo». Jesus respondeu-lhe: «Amigo, quem Me fez juiz ou árbitro das vossas partilhas?». Depois disse aos presentes: «Vede bem, guardai-vos de toda a avareza: a vida de uma pessoa não depende da abundância dos seus bens». E disse-lhes esta parábola: «O campo dum homem rico tinha produzido excelente colheita. Ele pensou consigo: ‘Que hei de fazer, pois não tenho onde guardar a minha colheita? Vou fazer assim: Deitarei abaixo os meus celeiros para construir outros maiores, onde guardarei todo o meu trigo e os meus bens. Então poderei dizer a mim mesmo: Minha alma, tens muitos bens em depósito para longos anos. Descansa, come, bebe, regala-te’. Mas Deus respondeu-lhe: ‘Insensato! Esta noite terás de entregar a tua alma. O que preparaste, para quem será?’ Assim acontece a quem acumula para si, em vez de se tornar rico aos olhos de Deus». Tradução litúrgica da Bíblia 
São John Henry Newman (1801-1890) 
teólogo, 
fundador do Oratório em Inglaterra 
Sermão «Watching»,PPS,t.4,n.°22,passim 
«Esta noite terás de entregar a tua alma» 
«Vigiai, pois não sabeis o dia nem a hora»(Mc 13,33). 
Pensemos neste assunto tão sério, que nos diz respeito de forma tão íntima: que quer dizer vigiar na expetativa de Cristo? «Vigiai, pois, porque não sabeis quando virá o dono da casa: se à tarde, se à meia-noite, se ao cantar o galo, se de manhãzinha; não seja que, vindo inesperadamente, vos encontre a dormir. O que vos digo a vós, digo-o a todos: vigiai!» (v. 35ss). […] Há quem troce abertamente da religião […], mas consideremos aqueles que são mais sóbrios e conscienciosos: têm boas qualidades, praticam a religião de certa forma e até certo ponto, mas não vigiam. […] Não compreendem que são chamados a ser «estrangeiros e peregrinos sobre a Terra» (Heb 11,13), que a sua sorte terrena e os seus bens terrenos são uma espécie de acidente da sua existência e que, na verdade, nada possuem. […] Há muitos membros da Igreja que vivem assim e não saberiam nem estão prontos a acolher imediatamente o Senhor quando Ele vier. […] Que tomada de consciência emocionante e grave é para nós saber que Ele próprio nos chamou a atenção precisamente para esse perigo […], o perigo de deixar que, por qualquer razão, a atenção dos seus discípulos se desviasse dele. Preveniu-os contra a agitação e os atrativos deste mundo, preveniu-os de que o mundo não estaria preparado quando Ele viesse; suplicou-lhes com ternura que não tomassem o partido deste mundo. Preveniu-os através dos exemplos do homem rico a quem pedem contas da alma durante a noite, do servo que comia e bebia (cf Lc 12,45), das virgens insensatas (cf Mt 25,2). […] O cortejo do Esposo passa majestosamente e nele seguem os anjos, os justos que se tornaram perfeitos, as crianças, os santos doutores, os santos vestidos de branco, os mártires lavados no seu sangue […]: a sua Esposa está preparada, pôs-se bela (cf Ap 19,7), mas muitos de nós ainda estamos a dormir.

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