Evangelho segundo São Lucas 11,5-13.
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Se algum de vós tiver um amigo, poderá ter de ir a sua casa à meia-noite, para lhe dizer: ‘Amigo, empresta-me três pães,
porque chegou de viagem um dos meus amigos e não tenho nada para lhe dar’.
Ele poderá responder lá de dentro: ‘Não me incomodes; a porta está fechada, eu e os meus filhos já nos deitámos; não posso levantar-me para te dar os pães’.
Eu vos digo: Se ele não se levantar por ser amigo, ao menos, por causa da sua insistência, levantar-se-á para lhe dar tudo aquilo de que precisa.
Também vos digo: Pedi e dar-se-vos-á; procurai e encontrareis; batei à porta e abrir-se-vos-á.
Porque quem pede recebe; quem procura encontra e a quem bate à porta, abrir-se-á.
Se um de vós for pai e um filho lhe pedir peixe, em vez de peixe dar-lhe-á uma serpente?
E se lhe pedir um ovo, dar-lhe-á um escorpião?
Se vós, que sois maus, sabeis dar coisas boas aos vossos filhos, quanto mais o Pai do Céu dará o Espírito Santo àqueles que Lho pedem!».
Tradução litúrgica da Bíblia
São Marcos, o Asceta,
hegúmeno na Ásia Menor
«Sobre os que se julgam justificados pelas suas obras», nos. 94-98, 102, 106, 108, 225
«Sobre a necessidade de orar sempre, sem desfalecer» (Lc 18,1)
Em todas as coisas, reza continuamente, pois nada podes fazer sem a ajuda de Deus.
Nada é tão poderoso como a oração para nos dar a energia divina. E nada é tão útil como ela para nos obter a benevolência de Deus.
A prática dos mandamentos está toda contida na oração. Pois não há nada mais elevado que o amor de Deus.
A oração sem distrações é um sinal de amor a Deus naquele que persevera. A negligência e a distração quando se reza denunciam amor ao prazer.
Aquele que, sem dificuldade, vela, perserva e reza recebe visivelmente o Espírito Santo. Mas aquele que faz tudo isso com dificuldade e mantém a sua resolução também é atendido sem demora. [...]
Se queres fazer um favor a alguém que gosta de aprender, mostra-lhe a oração, a fé reta e a paciência na provação. É com estas três virtudes que se obtêm os restantes bens. [...]
Foge à tentação pela paciência e a oração. Se pensares em combatê-la sem estas virtudes, voltarás a ser atacado por ela. [...]
Tudo o que possamos dizer ou fazer sem a oração torna-se perigoso ou inútil. [...]
Temos de procurar a morada interior de Cristo, dado que somos morada de Deus, e, pela oração, perseverar em bater à sua porta (cf Mt 7,7), a fim de que, agora ou na hora da nossa morte, o Senhor nos abra e não nos diga como a homens negligentes: «Não sei de onde sois» (Lc 13,25). E temos, não somente de pedir e receber, mas de guardar aquilo que nos foi dado. Pois há quem perca depois de ter recebido.
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