quinta-feira, 1 de agosto de 2019

REFLETINDO A PALAVRA - “Nascer para uma esperança viva”

PADRE LUIZ CARLOS
DE OLIVEIRA
REDENTORISTA
51 ANOS CONSAGRADO
43 ANOS SACERDOTE
Efusão do Espírito 
Após a Ressurreição Jesus vai ao encontro dos discípulos reunidos no Cenáculo. João ensina-nos a compreender a Ressurreição e sua relação com a comunidade. Coloca-a no primeiro dia da semana que é o primeiro dia da nova criação. Nele se dá a efusão do Espírito. É a inauguração de tempo novo de Deus. Jesus aparece e mostra o sinal dos cravos nas mãos e o lado aberto pela lança. Ele é o mesmo que fora crucificado. É importante a consciência que o Ressuscitado não é um tipo de fantasma. É o mesmo Senhor que traz consigo não só a vida nova, mas também as marcas de sua Paixão. Falando aos discípulos, sopra sobre eles e diz: “Recebei o Espírito Santo” (Jo 20,22). Os discípulos, ao receberem o sopro do Espírito Santo, transformam-se em nova criatura redimida. A comunidade dos discípulos constitui o lugar onde se manifesta o Ressuscitado que dá o Espírito. O Espírito forma a comunidade para a escuta da Palavra, a comunhão fraterna, a fração do pão (Eucaristia) e a oração (At 2,42). Por isso os mártires dirão: “Não podemos viver sem o domingo”. Ele é o dia do Senhor se manifestar na comunidade. A força da Ressurreição não está somente em Jesus que vence a morte, mas atua também na comunidade que vive na esperança, “pois sem O ver ainda, Nele acredita” (1Pd 1,8). A esperança é a certeza de que se realizarão as promessas. O Espírito transforma a dúvida em ato de fé, como fez a Tomé (Jo 20,28). A profissão de fé de Tomé, meu Senhor e meu Deus, realiza nele a Ressurreição.
Como o Pai me enviou, Eu vos envio!
Naquela noite Jesus apareceu aos discípulos, pôs-se no meio deles e disse: “Como o Pai me enviou, também Eu vos envio”. Depois de ter dito isso, soprou sobre eles e disse: “Recebei o Espírito Santo! A quem perdoardes os pecados, eles lhes serão perdoados; a quem não perdoardes, eles lhes serão retidos” (Jo 20,23). A comunidade recebe o Espírito para o anúncio da missão de reconciliação. Soprando sobre os renascidos, dá-lhes o Espírito que lhes mantém viva a fé na esperança. O discípulo é associado à missão do Ressuscitado. Quem recebe o discípulo, recebe a Cristo (Lc 10,16). Recebe também toda economia da salvação, isto é, tudo o que Deus fez para nos salvar. Cada celebração da comunidade é presença do Ressuscitado, efusão do Espírito e envio à missão. Todos esses acontecimentos estão presentes na comunidade que celebra. É a continuação e presença do Ressuscitado que continua agindo, dando o Espírito e enviando. A liturgia não é somente um rito, mas é a celebração de uma presença. Por isso rezamos na Eucaristia: “Ele está no meio de nós”. Percebemos aí a importância da celebração. Ele não é só uma obrigação ou um rito, mas é a certeza de uma presença que não precisa ser tocada a não ser pela fé. A presença do Senhor na celebração nos une a seu ministério de louvor e glória ao Pai. 
A comunidade vive a fé no Ressuscitado. 
A comunidade é o Cenáculo para a manifestação do Ressuscitado que provoca a fé dos discípulos. A profissão de fé de Tomé é a maior de todas: “Meu Senhor e Meu Deus”! A comunidade reunida é o lugar para o acolhimento do Ressuscitado na fé. Crer em Jesus é um dom do Espírito. Os discípulos que não viram Jesus crêem porque aceitaram os sinais que Jesus fez para que acreditassem. Todos os que crêem, sem ter visto, são felizes, isto é, realizam em si a plenitude da fé, na esperança (Jo 20,29). A fé é mais consistência que o toque ao vivo.

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