sexta-feira, 2 de agosto de 2019

Perdão de Assis - Indulgência Plenária da Porciúncula

De 1º a 2 de agosto: saiba como obter a Indulgência da Porciúncula!
   
     Os fiéis que visitarem qualquer igreja franciscana, em qualquer lugar do mundo, desde o meio-dia de 1º de agosto até a meia-noite de 2 de agosto poderão obter a assim chamada Indulgência Plenária da Porciúncula.
     Mas atenção: não basta, obviamente, fazer a visita. É também necessário cumprir as condições habituais para se ganhar qualquer indulgência plenária:confissão sacramental, comunhão eucarística e oração pelas intenções do Santo Padre.
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A Porciúncula
     Trata-se da pequena igreja que São Francisco de Assis dedicou a Santa Maria dos Anjos. Ela hoje fica dentro da grande Basílica de Assis, construída entre os séculos XVI e XVII.
     A igrejinha foi a segunda morada de São Francisco e dos seus primeiros frades. No Domingo de Ramos de 1211, foi lá que São Francisco recebeu a profissão de Santa Clara, dando assim origem à família religiosa das Clarissas, de inspiração franciscana. A Porciúncula foi ainda o local em que, na tarde de 3 de outubro de 1226, São Francisco partiu deste mundo para a Céu.
A indulgência
     Uma noite, do ano do Senhor de 1216, São Francisco estava compenetrado na oração e na contemplação na igrejinha da Porciúncula, perto de Assis, quando, repentinamente, a igrejinha ficou repleta de uma vivíssima luz e ele viu sobre o altar Nosso Senhor Jesus Cristo e à sua direita a sua Mãe Santíssima, circundados de uma multidão de anjos.  São Francisco, em silêncio e com a face por terra, adorou a seu Senhor.
     Perguntaram-lhe, então, o que ele desejava para a salvação das almas. A resposta de São Francisco foi imediata: “Santíssimo Pai, mesmo que eu seja um mísero pecador, te peço que a todos quantos arrependidos e confessados, virão visitar esta igreja, lhes conceda amplo e generoso perdão, com uma completa remissão de todas as culpas”.
     O Senhor lhe disse: “Ó Irmão Francisco, aquilo que pedes é grande, de coisas maiores és digno e coisas maiores tereis: acolho portanto o teu pedido, mas com a condição de que tu peças esta indulgência, da parte minha, ao meu Vigário na terra (Papa)”.
     São Francisco partiu para Perusia junto de outro frade para ver o Papa Honório III, que naqueles dias encontrava-se naquela cidade e com candura lhe narrou a visão que teve. O Papa o escutou com atenção e, depois de alguns esclarecimentos, deu a sua aprovação e disse: “Por quanto anos queres esta indulgência?” Francisco, respondeu-lhe: “Pai santo, não peço por anos, mas por almas”.
     E feliz, se dirigiu à porta, mas o Pontífice o convocou: “Como, não queres nenhum documento?” E São Francisco respondeu-lhe: “Santo Pai, de Deus, Ele cuidará de manifestar a obra sua; eu não tenho necessidade de algum documento. Esta carta deve ser a Santíssima Virgem Maria, Cristo o Escrivão e os Anjos as testemunhas”.
     Poucos dias mais tarde, junto aos Bispos da Úmbria, ao povo reunido na Porciúncula, Francisco anunciou a indulgência plenária e disse entre lágrimas: “Irmãos meus, quero mandar-vos todos ao paraíso!”
     Foi um enorme presente obtido por São Francisco para as almas que ele tanto amava. Antigamente, a obtenção de indulgências era muito difícil para os fiéis, que precisavam partir em peregrinação a lugares distantes como a Terra Santa. Com a Indulgência da Porciúncula, porém, o assim chamado “Perdão de Assis” pode agora ser concedido em todas as igrejas franciscanas do mundo, cumpridas as condições habituais de qualquer indulgência.
     Em 1966, por ocasião do 750º aniversário da concessão da Indulgência da Porciúncula, o Papa Paulo VI publicou a carta apostólica Sacrosancta Portiunculae Ecclesia, na qual indica, em referência às peregrinações dos fiéis:
     Queira Deus que a peregrinação transmitida durante séculos à igreja da Porciúncula, que Nosso mesmo predecessor João XXIII empreendeu com ânimo piedoso, não termine, mas, antes, cresça continuamente a multidão de fiéis que ali acorrem ao encontro com Cristo rico em misericórdia e com sua Mãe, que sempre intercede perante Ele”.

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