PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA REDENTORISTA 51 ANOS CONSAGRADO 43 ANOS SACERDOTE |
Exulta, filha de Sião.
A liturgia do domingo de Ramos tem dois momentos: A alegria da procissão de Ramos e uma séria missa de Quaresma. Abrem-se para nós as comemorações dos dias em que o Senhor se entregou à morte e chegou à glorificação. Jerusalém estava cheia de gente que viera para a festa da Páscoa, festa da libertação da escravidão do Egito e festa de toda a salvação que Deus oferecera ao povo. Jesus vem à festa e faz o ingresso triunfal, como o rei prometido, como diz o Profeta Zacarias: “Exulta! Solta gritos de alegria Jerusalém, eis que o teu rei vem a ti; Ele é justo e vitorioso, humilde montado sobre um jumentinho, filho da jumenta" (Za 9,9). Ele é o grande rei, descendente de Davi, o Messias. Ele não vem como um glorioso príncipe cavalgando cavalo de guerra, mas o humilde jumento, como o fizera Davi. E o povo entendeu. O povo O acolheu. Os chefes O recusaram e mataram. Quiseram silenciar o povo: “manda que eles se calem! Jesus respondeu: “Se eles se calarem as pedras gritarão!” (Lc 19,40). Jesus não foge de sua missão de humildade e simplicidade. Esta é a grande missão que dá à Igreja. A Igreja quer continuar a acolher seu Rei glorioso e imitar-lhe a humildade. Infelizmente a tentação do poder e da glória é muito em muitos da Igreja, sobretudo no campo do poder. Às vezes percebemos que os prediletos de Jesus ficam de lado na estrutura da Igreja e de sua pastoral. Por isso ficam abandonados à sanha de aproveitadores.
O Servo Sofredor
Continuando a conhecer Jesus, S. Paulo em Filipenses mostra-nos o caminho de Jesus para salvar: faz-se humilde, servo, toma a forma humana e em tudo se faz como um de nós. Faz-se obediente, como se diz em Isaías. Obediente quer dizer aquele que tem os ouvidos abertos para saber o que Deus quer e seguir seus caminhos. Pelo seu sofrimento é ouvido por Deus e glorificado. Agora, em Jesus, está glorificada nossa humanidade assumida por Ele na condição de fragilidade para restaurá-la e glorificá-la com Ele. Nesta missa temos a leitura da Paixão de Jesus. Ler a Paixão significa aprender, recordar para viver melhor. Não podemos perder de vista a história e os acontecimentos de nossa Redenção. Proclamar o acontecimento é fazê-lo vivo entre nós e fazer-nos participantes dos frutos deste mistério. Temos que retratar em nós a vida de Jesus em seu momento de glória, humildade e sofrimento.
Memória que dá vida
Vivemos num mundo que pode ser chamado de ateu, descrente. Os cristãos não ficam atrás. Fazemos um cristianismo nossa imagem, com a mentalidade do mundo, avessa ao evangelho. A renovação anual da celebração pascal quer trazer à nossa memória o que Deus fez por nós em Cristo. É fundamental que isso se concretize, pois lembrando os fatos, podemos retomar a estrada. Assim nos voltamos para Ele e renovamos nosso coração. Vamos à procissão de ramos e levamos os ramos para casa. Este gesto simpático significa tomar uma atitude de comprometimento com Cristo de ser de seu Reino e ser dDele. Toda celebração é memorial: realizamos os gestos, ouvimos o anúncio da Palavra que concretiza a realidade e nos dá condições de participar da mesma verdade anunciada. Por isso é bom procurar conhecer os textos e participar dos mistérios celebrados.
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