PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA REDENTORISTA 51 ANOS CONSAGRADO 43 ANOS SACERDOTE |
Do pecado à graça
Na Igreja temos dogmas que verdades da fé não criadas pela vontade humana. São reconhecidos como verdades inegociáveis. É a fé dada por Deus. Dela nos fala na Escritura ou na Sagrada Tradição que tem fundamento nas mesmas Escrituras. São verdades da fé cristã. Os dogmas foram estudados e reconhecidos pelos Concílios Ecumênicos ou proclamados solenemente pela autoridade do Magistério dos Papas. Eles não inventam dogmas. Reconheceram que são da fé e definidos como verdade a ser acreditada sem dúvida. Há quem diga: sou católico, mas não aceito muitas coisas. Preciso aceitar todas as verdades de fé. Não há meio católico. Ou crê tudo ou não crê nada. O que se deve crer são as verdades da fé e não coisas que surgiram durante a história. O Papa Pio IX, no exercício do Ministério Pontifício, depois de consultar toda a Igreja, de conhecer o que a Tradição nos ensinou, proclamou que Maria foi concebida sem pecado original. Pelo pecado dos primeiros pais toda a humanidade foi manchada. Por isso, o Filho de Deus se encarnou (é dogma) no seio da Virgem Maria (é dogma) e realizou a redenção da humanidade (é dogma). Paulo ensina que a graça de Deus foi muito maior que o pecado, pois quem fez o pecado o homem, a graça nos foi dada por Jesus Cristo. “Se pela falta de um só, todos morreram, com quanta maior profusão de graça Deus e o dom gratuito de um só homem Jesus Cristo se derramou sobre todos” (Rm 5,15). O pecado atingiu toda a humanidade e a natureza também sofreu por conta dele (Rm 8,20-22).
Foi preservada
A festa da Imaculada Conceição de Maria celebra não somente um dom pessoal dada à Mãe de Jesus, mas a grandeza do dom infinito da santidade de Deus que é garantida à humanidade. Maria é a primeira a usufruir tão precioso dom, como rezamos na oração: “Ó Deus, que preparaste uma digna habitação para vosso Filho pela imaculada conceição da Virgem Maria, preservando-a de todo o pecado em previsão dos méritos de Cristo”. Esse dom era necessário para que Jesus não fosse concebido na linhagem de pecado de Adão e Eva. A narrativa sobre o pecado, cometido no Paraíso depois que Eva caiu na tentação do diabo (a serpente) ensina que o homem perdeu a graça original e começou a corrente de mal invadindo o mundo. A leitura de Paulo aos Efésios nos mostra que fomos escolhidos “para sermos santos e imaculados a seu olhar no amor”. O projeto de Deus era a graça, o homem inventou o pecado. Maria foi libertada do pecado original antes de ter sido concebida. Nela se restaura o Paraíso para nós. É uma graça por pura graça de Deus. Como foi libertada? A redenção de Jesus é para
todos os tempos, não só para os que vieram depois. Por isso, ela foi redimida “em vista dos méritos de Jesus”. O mesmo Espírito Santo que a fecundou para conceber Jesus, a fecundou com a graça para não ser presa do pecado. É nossa fé. Por isso o Anjo lhe diz: Salve, cheia de Graça. Nela já estava toda a graça. Nela não havia mancha de pecado.
Purificados por sua intercessão
Para nós interessa vencer o pecado e viver na graça para mais e mais podermos gerar Jesus no mundo e ser morada de Deus. Rezamos na oração: “Concedei-nos chegar até Vós purificados também de toda a culpa por sua materna intercessão”. Maria recebeu o dom da redenção na sua concepção, quando todos os humanos recebem a mancha do pecado. Mas ela correspondeu à graça acolhendo a mensagem do Anjo na encarnação, gerando Jesus, cuidado Dele e com Ele estava no Calvário na geração dos filhos da redenção: “Mulher, eis aí o teu filho. Filho, eis aí a tua mãe” (Jo 19,26-27). Somos filhos, irmãos do Redentor que ela gerou.
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