quarta-feira, 8 de maio de 2019

REFLETINDO A PALAVRA - “Fogo sobre a terra”

PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA
REDENTORISTA
51 ANOS CONSAGRADO
43 ANOS SACERDOTE
Proposta radical 
No caminho para Jerusalém, Jesus continua instruindo seus discípulos. Ensina que passarão pela recusa dos que estão envenenados pelo mal. À custa de sua vida, Jesus quer fazer a vontade do Pai e implantar o Reino. Propõe o mesmo ao discípulo para que tenha a vida. Radical quer dizer que atinge a raiz e passa a alimentar a vida. Se fizermos a opção fundamental por Jesus, vamos viver o que Ele viveu e sofrer o que sofreu por parte de seus perseguidores, seguidores do mal. O inimigo usa os que optaram pelo mau caminho recusando a proposta de Jesus. Por isso diz claramente que não veio trazer a paz, mas a espada e a divisão (Lc 12,51). Não podemos nos esquecer que o fogo de que fala o evangelista é o fogo do Espírito. “Sereis batizados com o Espírito e com o fogo” (Mt 3,11). O fogo do Espírito é o amor que orienta a vida e fortalece no sofrimento pelo Reino. Sua vontade em receber logo o batismo significa que quer concluir a obra da redenção sofrendo o batismo de sangue pelo qual vai realizar nossa purificação. Lembramos o que diz aos dois irmãos Tiago e João: “Vocês podem ser batizados no batismo em que vou ser batizado? (Mc 10,38-39). A opção por Jesus vai causar divisão nas famílias. É o que vemos em nossas comunidades. É bom ter consciência de que a perseguição contra a Igreja e os cristãos é por causa da recusa do adversário contra Jesus. 
O profeta perseguido 
Jeremias é o exemplo do profeta sofredor. Fiel a Deus não compactuou com o paganismo e a insolência dos que mudaram da religião para a política. A cidade está para ser destruída e ele não prega falsidade para enganar o povo numa falsa esperança. O profeta sofre violenta perseguição. Durante toda a vida sofreu. Diziam que era o profeta chorão, mas na verdade era a dor da perseguição. Quem prega a verdade da Palavra é perseguido até por gente de dentro da Igreja. Há uma tentativa de abafar as exigências do Evangelho apoiando-se em doutrinas que não tem nada a ver com Jesus que nos compromete a viver com integridade a verdade da justiça e do amor. Dizem que é política, marxismo, socialismo etc. … Alguns pretendem justificar o dinheiro, o poder e o prazer. Usam uma política que apóia a exploração do povo e identificam isso com doutrinas da Igreja e de santos. Devemos respeitar as posições políticas, mas elas devem ser sempre inspiradas pela Palavra de Deus. A perseguição continua. Pobres profetas! 
Com os olhos fixos em Jesus 
Só podemos entender os sofrimentos que nos atingem se mantivermos os olhares fixos em Jesus. Ele não foi somente vítima, mas assumiu o sofrimento, pois lhe era proposto algo maior, a glorificação: “Ele, em vista da alegria que lhe foi proposta, suportou a cruz … e assentou-se à direita de Deus” (Hb 12,2). Esse combate é forte. “Empenhemo-nos com perseverança no combate que nos é proposto, com os olhos fixos em Jesus, que em nós começa e completa a obra da fé” (Id. 12,1-2). Para não nos desanimarmos devemos contemplar Jesus que enfrentou muita oposição por parte dos pecadores (3). E encerra com uma frase muito forte que nos alerta que não estamos reclamando sem razão, pois “ainda não resististes até ao sangue na vossa luta contra o pecado” (Id 4). Todos esses males vêm do pecado. Por isso é necessário estarmos sempre atentos a ver se nossas idéias não são fruto do pecado. Cada Eucaristia é momento de rever nossa vida. Ela nos reforça na fé e nos sustenta nos sofrimentos.

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