PADRE CLÓVIS DE JESUS BOVO-REDENTORISTA VICE-POSTULADOR DA CAUSA VENERÁVEL PADRE PELÁGIO REDENTORISTA |
Estamos vivendo um tempo especial na nossa Igreja, na nossa vida. Mais uma Quaresma chegou e com ela a Campanha da Fraternidade. Esse é um tempo de reflexão sobre a nossa vida e a nossa missão diante desse tema, tão oportuno para a nossa casa: o Planeta Terra. O tema “fraternidade e a vida no planeta” trás o questionamento sobre a nossa vida e nossas opções quando verificamos que “a criação geme em dores de parto” (Rm 8,22). Chama a atenção para a má utilização das coisas de Deus, pois tudo foi criado por Ele.
Como todo tema da Campanha da Fraternidade, o chamado é a uma mudança de comportamento e conversão. Só uma verdadeira conversão poderá incutir nos corações humanos a real dor que a criação sente, a qual a leva a gemer em dores, e dores de parto. As mulheres entendem quão forte são as dores do parto. E é esse o gemido de dor que a criação emite.
A natureza é bela, basta olhar ao nosso redor para constatar isso. A beleza das flores, o encanto das madrugadas e das noites serenas, o belo nascer e pôr do sol, o trinar dos pássaros e o encanto da nossa vida podem estar sendo engolidos por uma onda de destruição sem limites, num desejo desenfreado por ganho sem medida, do prazer descontrolado, da falta de consciência do pecado, que é o maior mal dos dias atuais.
A Quaresma é um tempo de penitência, de preparação para uma vida nova. Marca a paixão, morte e ressurreição de Jesus Cristo que venceu a morte e vivo já não morre mais. Esses quarenta dias nos chamam a uma vida nova. Não precisamos ir longe para ver que o tema escolhido para a Campanha da Fraternidade é urgente e atual. Basta observarmos os meios de comunicação que todos os dias mostram as catástrofes naturais, consequência do desejo desenfreado de enriquecimento rápido e de descaso com a natureza.
A poluição das águas, o represamento irracional de rios, lixões situados em locais de inadequados, o desmatamento irracional das florestas, a falta de saneamento básico nas cidades, a dificuldade de possuir moradias dignas que leva pessoas a construírem em lugares de risco, a não existência de um plano diretor que contemple a realidade urbana honestamente, sem interesses escusos, a ausência de educação para uma coleta seletiva do lixo, a falta de utilização de recipientes degradáveis e tantas outras situações locais, nacionais ou mundiais nos questionam sobre os desastres ambientais: a morte de tantos irmãos e irmãs, o aquecimento global, a diminuição das geleiras dos pólos, o aumento do nível dos oceanos e as doenças antigas que retornam e adoecem o nosso povo.
Como bons cristãos católicos, vamos pedir perdão pelo pecado social, do qual também somos culpados. Vamos orar para que Deus coloque no coração daqueles que possuem o poder para mudar a realidade, a consciência de que é preciso cuidar da nossa casa hoje para que a mesma possa existir amanhã.
Cada um de nós precisa fazer a sua parte. Não há um outro lugar onde o homem possa habitar a não ser o Planeta Terra. Pelo menos até hoje ainda não foi detectado nenhum outro habitat para o ser humano. A Campanha da Fraternidade nos convida a repensar, reciclar, refazer...
Vamos, portanto, lutar para tornar o Planeta um lugar melhor para as futuras gerações.
Amem. – Enviado por Rejane /FEC
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