terça-feira, 30 de abril de 2019

REFLETINDO A PALAVRA - “A Família e sua realidade”

PADRE LUIZ CARLOS
DE OLIVEIRA-REDENTORISTA
51 ANOS CONSAGRADO
43 ANOS SACERDOTE
1756. Situação atual da família 
Papa Francisco em seu ensinamento, chamado Alegria do Amor, pretende tocar os pontos mais importantes da realidade familiar. Ele tem larga experiência e se assessorou muito bem para escrever, sobretudo ouvindo os dois Sínodos sobre a Família. Vamos refletir agora a situação atual da família. Temos experiência disso. Lembrando o Vaticano II relembra as mudanças que ocorreram na família. Muita coisa melhorou, mas outras pioraram. Há uma tendência ao individualismo a ponto de levar a família a ser um lugar de passagem aonde se vai só por interesses. Como cristãos, continuamos a propor e defender matrimônio, pois estaríamos privando o mundo de valores que podemos e devemos oferecer. Temos defeitos e damos exemplos contrários aos princípios que pregamos. Ou pregamos fora da realidade. Não basta impor uma doutrina e uma moral, distantes da realidade, esquecendo-nos dos aspectos humanos. É preciso ensinar a graça que o matrimônio carrega em si. Graças a Deus, acentua o Papa, há tantos elementos positivos, tanto humanos quanto da graça da penitência e da Eucaristia. Em alguns países temos ainda os bons aspectos da tradição. Há também que advertir sobre a decadência cultural que não promove o amor e a doação. É a “cultura do provisório”. Com facilidade muda-se de amor. Desconecta-se com facilidade, diz Papa Francisco. Tudo é descartável (AL 31-439). 
1756. As culpas do mundo 
A situação familiar depende muito das ideologias e das situações sociais. Há uma cultura que impede os jovens de não formar uma família. Há um adiamento das núpcias devido aos problemas econômicos, de estudo ou de trabalho. Outros desvalorizam a família. É preciso, diz o Papa, animar os jovens (AL 40). Temos o risco da afetividade narcisista e instável promovidos pelo uso indevido da internet. As crises conjugais são enfrentadas de modo apressado deixando de lado os valores da coragem, paciência, perdão e até o sacrifício (AL 41). A queda demográfica causa uma mentalidade anti-natalista promovida pelas políticas mundiais. Ter filho, para alguns, é arranjar problema. A Igreja rejeita as decisões dos Estados de promover a contracepção, a esterilização e o aborto (AL 42). O enfraquecimento da fé e da prática religiosa em algumas sociedades, afeta as famílias deixando-as ainda mais só com as suas dificuldades. As famílias se sentem abandonadas. A presença de idosos passa a ser um peso. O Estado tem obrigação de criar as condições para garantir o futuro dos jovens para construírem suas famílias (AL 43). 
1758. Dificuldades do dia-a-dia
A família além das situações globais da sociedade, encontra os problemas que ferem ferem a carne: dificuldades de habitação, o que causa muita dor e preocupação. A família tem seus direitos, pois cumpre os deveres dos impostos. Daí os problemas dos serviços adequados de saúde, de emprego, de educação, de acesso à vida cultural e social ativa. Tudo reflete na família (AL 44). Os países são ricos, mas usam os bens só para os privilegiados. Tudo isso é sabido, mas não sai do lugar. Soma-se a isso a problemática dos filhos nascidos fora do casamento, crescem sem um dos pais, são explorados pelos abusos dos pervertidos, caem na criminalidade (AL 45). As famílias sofrem com a migração tanto interna no país como externas. O Estado e das Igrejas que não se preocupam. Some-se a isso a situação dos deficientes e idosos a serem cuidados. Lembra o Papa das famílias que caíram na miséria e no abandono. A Igreja tem que se constituir em socorro e promoção (AL 46-49). É preciso uma atitude corajosa para mudar.

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