Evangelho segundo São João 20,1-9.
No primeiro dia da semana, Maria Madalena foi de manhãzinha, ainda escuro, ao sepulcro e viu a pedra retirada do sepulcro.
Correu então e foi ter com Simão Pedro e com o discípulo predileto de Jesus e disse-lhes: «Levaram o Senhor do sepulcro, e não sabemos onde O puseram».
Pedro partiu com o outro discípulo e foram ambos ao sepulcro.
Corriam os dois juntos, mas o outro discípulo antecipou-se, correndo mais depressa do que Pedro, e chegou primeiro ao sepulcro.
Debruçando-se, viu as ligaduras no chão, mas não entrou.
Entretanto, chegou também Simão Pedro, que o seguira. Entrou no sepulcro e viu as ligaduras no chão
e o sudário que tinha estado sobre a cabeça de Jesus, não com as ligaduras, mas enrolado à parte.
Entrou também o outro discípulo, que chegara primeiro ao sepulcro: viu e acreditou.
Na verdade, ainda não tinham entendido a Escritura, segundo a qual Jesus devia ressuscitar dos mortos.
Tradução litúrgica da Bíblia
Homilia atribuída a São João Crisóstomo(c. 345-407)
presbítero de Antioquia, bispo de Constantinopla,
doutor da Igreja
SC 187,321
Dia da Ressurreição, dia da nossa alegria!
«Eis o dia que fez o Senhor; nele exultemos e rejubilemos!» (Sl 117,24). Porquê? Porque o sol recuperou o seu fulgor e tudo se ilumina; porque o véu do Templo já não está rasgado: a Igreja foi revelada; porque já não temos na mão os ramos de palmeira, mas rodeamos os novos batizados.
«Eis o dia que fez o Senhor!» [...] Eis o dia em sentido próprio, o dia triunfal, o dia dedicado a festejar a ressurreição, o dia em que nos revestimos de graça, o dia em que partilhamos o Cordeiro espiritual, [...] o dia em que se realiza o plano da Providência em favor dos pobres. «Exultemos e rejubilemos neste dia!» [...]
Eis o dia em que Adão foi devolvido à liberdade, em que Eva foi libertada da sua pena, em que a morte selvagem estremeceu, em que o poder das pedras se quebrou, em que os ferrolhos dos túmulos foram arrancados [...], em que as leis imutáveis dos poderes infernais foram anuladas, em que os céus se abriram e Cristo, Nosso Senhor, ressuscitou. Eis o dia em que, para bem dos homens, a planta verdejante e fértil da ressurreição multiplicou os seus rebentos em todo o universo como num jardim, em que os lírios dos novos batizados desabrocharam, em que a multidão dos crentes rejubila, em que as coroas dos mártires reverdejam. «Eis o dia que fez o Senhor; nele exultemos e rejubilemos!»
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