Miguel (em hebraico: מִיכָאֵל (Micha'el ou Mîkhā'ēl; em grego: Μιχαήλ, Mikhaḗl; em latim: Michael ou Míchaël; em árabe: ميخائيل, Mīkhā'īl) é um arcanjo nas doutrinas religiosas judaicas, cristãs e islâmicas. Os católicos, anglicanos e luteranos se referem a ele como São Miguel Arcanjo ou simplesmente como São Miguel. Os ortodoxos se referem a ele como Texiarca Arcanjo Miguel [carece de fontes] ou simplesmente como Arcanjo Miguel. Em hebraico, Miguel significa "aquele que é similar a Deus" (mi-"quem", ka-"como", El-"deus"), o que é tradicionalmente interpretado como uma pergunta retórica: "Quem como Deus?" (em latim: Quis ut Deus?), para a qual se espera uma resposta negativa, e que implica que "ninguém" é como Deus. Assim, Miguel é reinterpretado como um símbolo de humildade perante Deus . Na Bíblia Hebraica, Miguel é mencionado três vezes no Livro de Daniel, uma como um "grande príncipe que defende as crianças do seu povo". A ideia de Miguel como um advogado de defesa dos judeus se tornou tão prevalente que, a despeito da proibição rabínica contra se apelar aos anjos como intermediários entre Deus e seu povo, Miguel acabou tomando um lugar importante na liturgia judaica. Em Apocalipse 12:7-9, Miguel lidera os exércitos de Deus contra as forças de Satã e seus anjos e os derrota durante a guerra no céu.
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Na Epístola de Judas, Miguel é citado especificamente como "arcanjo". Os santuários cristãos em honra a Miguel começaram a aparecer no século IV, quando ele era percebido como um anjo de cura, e, com o tempo, como protetor e líder do exército de Deus contra as forças do mal. Já no século VI, a devoção a São Miguel já havia se espalhado tanto no oriente quanto no ocidente. Com o passar dos anos, as doutrinas sobre ele começaram a se diferenciar. Etimologia Do termo “Arcanjo” Arcanjo tem duas raízes, “arch” e “angelos”. O prefixo grego “arch” (ἀρχ) deriva de “arché” (ἀρχή) que se refere tanto a “começo, ponto de partida, princípio”, como “suprema substância subjacente” ou “princípio supremo indemonstrável”. A partir dessa raiz “arché” temos o antepositivo “arch”, em português, com o sentido de “aquilo que está na frente, o que está no começo, na origem, ponto de partida de um entroncamento”, sendo traduzido “acima”, “superior” ou “mais importante” e “o que governa, que dirige, que comanda, que lidera” e ainda carregando consigo ideias de poder, autoridade, império e superioridade 3 . Quanto ao grego “angelos” (άγγελος), vertido para “anjo”, significa simplesmente “mensageiro”. A partir dessas raízes, portanto, a palavra “Arcanjo” (αρχάγγελος) se traduz “Líder dos Mensageiros”, “Chefe dos Mensageiros” 4 "Capitão dos Anjos" 5 ,"Primeiro Anjo" 5 , “Acima dos Anjos”, “Superior aos Anjos” “Anjo Superior” ou “Anjo Chefe”, num aspecto qualitativo de liderança e substancialmente de superioridade 7 , da mesma maneira que se traduz palavras com o mesmo radical, tal como “arquiteto” (chefe dos construtores), “arcebispo” (classe hierárquica superior a Bispo), “hierarquia” (poder sagrado) ou “anarquia” (falta ou ausência de poder). Miguel em Hebraico Do termo “Miguel” A tradução literal para o nome Miguel é “Aquele/Quem como Deus”. Mi = Aquele/Quem(?) Ka = Como El = Deus Como no hebraico não existia sinais de pontuação, algumas palavras trariam consigo um significado inquisitivo. Por isso a partícula “Mi” que significa “quem” muitas vezes é traduzida sintaticamente como interrogação, ocorrendo em 350 textos do Antigo Testamento onde é mencionada. Exemplo: “Depois disto ouvi a voz do Senhor, que dizia: A quem enviarei, e quem irá por nós? Então disse eu: Eis-me aqui, envia-me a mim.” (Is. 6:8) ואשׁמע את־קול אדני אמר את־מי אשׁלח ומי ילך־לנו ואמר הנני שׁלחני (Texto Original Hebraico)14 va'eshma et qol adonai omer et·mi esh'laj umi ielej·lanu vaomar hineni shelajeni ומי (Texto Original Transliterado)15 Dessa forma, o Talmude sugere uma interpretação inquisitiva para o nome Miguel, tendo a tradução contextual “Quem é como Deus?” ou “Quem é semelhante a Deus?”. Este entendimento hoje não é compartilhado somente pela comunidade judaica, pois mais tarde foi incorporado pela cristandade em geral “para não colocar em causa a própria Escritura”, tanto por católicos e evangélicos, como adventistas, e também por outras comunidades religiosas, como as testemunhas de Jeová e os islâmicos. Mas para as cosmovisões judaica, jeovista e muçulmana, o pressuposto de não haver nenhuma outra pessoa igual a Deus (Sl. 35:10; 89:8) é literal, implicando sugestivamente a resposta “Ninguém é Igual a Deus” num entendimento retórico. Quanto ao sufixo “El”, é também relacionado de forma regular com nomes significando afirmativamente “Deus” em todos os casos, tal como em Daniel (Deus é Juiz), Emanuel (Deus é Conosco), Ezequiel (A Força é de Deus), Samuel (Chamado pelo Nome de Deus), Gamaliel (Deus me Faz o Bem), Ananias (Deus é Clemente), João (A Graça é de Deus),Ismael (Deus Ouve), etc. Esse entendimento é compartilhado por algumas denominações cristãs trinitarianas e alguns famosos comentaristas bíblicos como Matthew Henry e até o próprio João Calvino, pai da Igreja Congregacional, da Presbiteriana e de muitas outras reformadas, trinitarianos convictos, entendendo o termo segundo a tradução literal. Para esses, diferentemente dos judeus, muçulmanos e testemunhas de Jeová, o Arcanjo Miguel não tem natureza angélica, e sim divina, sendo o próprio Cristo que veio com esse “nome de guerra” fazendo um desafio a Satanás que, desde o princípio, sempre desejou estar acima dos anjos e ser igual ao Criador (Is. 14:12–14). Referências nas Escrituras Bíblia Hebraica Na Bíblia Hebraica e, portanto, no Antigo Testamento, o profeta Daniel teve uma visão após um jejum (em Daniel 10:13-21), um anjo identifica Miguel como o protetor de Israel. O profeta se refere a Miguel como "um dos primeiros príncipes". Posteriormente, em Daniel 12:1, Daniel é informado sobre o papel de Miguel durante o "tempo de tribulação" que "nunca houve desde que existiu nação até aquele tempo" e que: “ Nesse tempo se levantará Miguel, o grande príncipe que se levanta a favor dos filhos do teu povo; ” Assim, embora as três referências a Miguel no Livro de Daniel sejam referentes ao mesmo indivíduo que age de forma similar nos três casos, o último se coloca no "fim dos tempos", enquanto que os outros dois são na época contemporânea na Pérsia. Estas são as únicas referências ao arcanjo Miguel na Bíblia Hebraica . As referências ao "capitão das hordas do Senhor" que estão no Livro de Josué nos primeiros dias da campanha pela Terra Prometida (veja Josué 5:13-15) foram por vezes interpretadas como sendo referentes ao arcanjo Miguel, mas não há nenhuma base teológica para esta proposição, dado que Josué claramente adorava essa figura e os anjos não eram adorados, o que indica que a figura possa se referir ao próprio Yahweh. Novo Testamento O Apocalipse (Apocalipse 12:7-9) descreve uma guerra no céu na qual Miguel, sendo o mais forte, derrota Satã: “ Houve no céu uma guerra, pelejando Miguel e seus anjos contra o dragão. O dragão e seus anjos pelejaram, e não prevaleceram; nem o seu lugar se achou mais no céu. Foi precipitado o grande dragão, a antiga serpente, que se chama Diabo e Satanás, aquele que engana todo o mundo; sim, foi precipitado na terra, e precipitados com ele os seus anjos. ” Após o conflito, Satã foi atirado à terra juntamente com os anjos caídos de onde eles ainda tentam "desviar o caminho da humanidade". Em outro trecho, na Epístola de Judas (Judas 1:9), Miguel é referido especificamente como sendo um "arcanjo" quando ele novamente confronta Satã:: “ Mas quando Miguel, o arcanjo, discutindo com o Diabo, altercava sobre o corpo de Moisés, não ousou fulminar-lhe sentença de blasfemo, mas disse: O Senhor te repreenda. ” Uma referência a um "arcanjo" também aparece em I Tessalonicenses (I Tessalonicenses 4:16): “ porque o Senhor mesmo descerá do céu com grande brado, com voz de arcanjo e com trombeta de Deus, e os mortos em Cristo ressuscitarão primeiro. ” Porém, o arcanjo que marca a Segunda Vinda de Cristo não é mencionado. Nos apócrifos No livro de Enoque Miguel é designado como o príncipe de Israel. No livro dos Jubileus, ele é retratado como o anjo que instruiu Moisés na Torá. Nos Manuscritos do Mar Morto é retratado lutando contra Beliel. Cristianismo Cristianismo primitivo Os primeiros cristãos consideravam alguns mártires - como São Jorge e São Teodoro - como patronos militares. Porém, a São Miguel, eles entregavam bem-estar dos doentes e foi como um curador que ele era venerado na Frígia (na moderna Turquia). O mais antigo e mais famoso santuário de São Miguel no antigo Oriente Próximo era associado com suas águas medicinais. Ele era chamado de Michaelion41 e foi construído no início do século IV pelo imperador romano Constantino I em Calcedônia, no local de um templo anterior chamado Sosthenion. Uma pintura do Arcanjo Miguel matando uma serpente se tornou a principal no Michaelion após Constantino ter derrotado Licínio nas redondezas em 324, eventualmente tornando-a o padrão da iconografia de Miguel como um santo guerreiro, assassinando um dragão. O Michaelion tinha uma magnífica igreja e ela se tornou o modelo para centenas de outras igrejas no cristianismo oriental, que espalhou a devoção ao arcanjo. No século IV, a homilia de Basílio de Cesareia, De Angelis, colocou Miguel acima de todos os outros anjos. Ele foi chamado de "Arcanjo" por ser o príncipe dos outros anjos. No século VI, a imagem de Miguel como curador continuava em Roma, algo visível pelo costume de os doentes, após uma epidemia, dormirem uma noite no Castel Sant'Angelo (dedicado a Miguel por ter salvo Roma), esperando a sua manifestação. No século VI, o crescimento da devoção ao santo na Igreja Ocidental se manifestou pelas festas dedicadas a ele, como se pode ver no Sacramentário Leonino. No século VII, o Sacramentário gelasiano incluia uma festa para "S. Michaelis Archangeli", assim como o Sacramentário Gregoriano. Alguns destes documentos mencionam uma hoje inexistente Basilica Archangeli na Via Salária, em Roma. A angeologia de Pseudo-Dionísio, que era amplamente lida já no século VI, dava a Miguel uma alta posição na hierarquia celestial. Posteriormente, no século XIII, outros, como Boaventura, acreditavam que ele seria o príncipe dos Serafins, a primeira das nove ordens angélicas. De acordo com Tomás de Aquino45 , ele seria o príncipe da última e mais baixa ordem, a dos anjos. Catolicismo Os católicos romanos e os ortodoxos geralmente se referem a Miguel como "São Miguel", um título honorífico cuja origem não foi uma canonização. Ele é geralmente nas litanias cristãs como "São Miguel Arcanjo". Os ortodoxos adicionalmente o chamam de "Archistrategos" (veja estratego) ou "Comandante Supremo das Hostes Celestiais" Nos ensinamentos católicos, São Miguel tem quatro papéis principais46 . O primeiro é como comandante do Exército de Deus e o líder das forças celestes em seu triunfo sobre os hostes infernais. Ele é visto como um modelo angélico para as virtudes do "guerreiro espiritual", em guerra contra o mal, por vezes também visto como sendo a "batalha interna". O segundo e o terceiro papel de Miguel lidam com a morte. No segundo, Miguel é o anjo da morte, levando a alma de todos os falecidos para o céu. Neste papel, na hora da morte, Miguel desce e dá à alma uma chance de se redimir antes da morte, atrapalhando assim o diabo e seus asseclas. As orações católicas em geral se referem a este papel de Miguel. No terceiro papel, ele mede as almas numa balança perfeitamente equilibrada (daí o motivo de ele ser também muitas vezes representado segurando uma balança) Em seu quarto papel, São Miguel, o patrono especial do povo escolhido no Velho Testamento, é também o guardião da Igreja. Era comum o anjo ser reverenciado por ordens militares de cavaleiros durante a Idade Média. Este papel também se estende a ser o santo padroeiro de numerosas cidades e países. O catolicismo romano inclui ainda tradições como a Oração de São Miguel, que pede especificamente que os fiéis sejam defendidos pelo santo. O Terço de São Miguel Arcanjo é composto por nove saudações, uma para cada ordem angélica. Protestantismo primitivo Alguns dos primeiros acadêmicos protestantes identificaram Miguel com a pré-encarnação de Cristo, baseando sua visão parcialmente na justaposição de "criança" e arcanjo no capítulo 12 do Apocalipse e também nos atributos dados a ele por Daniel. Testemunhas de Jeová As Testemunhas de Jeová acreditam que há apenas um "arcanjo" no céu e na Bíblia. Eles ensinam que o Jesus de antes da encarnação e após a ressurreição, e o Arcanjo Miguel são a mesma pessoa: "a evidência indica que o Filho de Deus era conhecido como Miguel antes de vir à Terra e é conhecido também por este nome após o seu retorno ao céu, onde ele agora está na forma do glorificado espírito Filho de Deus." Eles notam que o termo "arcanjo" na Bíblia só é usado no singular, jamais de forma clara no plural. Eles também afirmam que Miguel é o mesmo "Anjo do Senhor" que conduziu os israelitas no deserto58 59 . Sob este ponto de vista, o espírito que leva o nome de Miguel é chamado de "um dos principais príncipes", "o grande príncipe que tem o comando de seu [de Daniel] povo" e "o arcanjo" (Daniel 10:13, Daniel 12:1; 1 9:60 . Adventistas do Sétimo Dia Adventistas do Sétimo Dia acreditam que Miguel era um outro nome para o Verbo Divino (como em João 1:1) antes d'Ele ter se encarnado como "Jesus". Ele seria o Verbo, não criado, por conta de quem todas as coisas são criadas. O Verbo então se fez nascer encarnado como Jesus. Eles acreditam que o nome "Miguel" é importante para mostrar a sua verdadeira identidade, assim como Emanuel (que significa "Deus conosco"). Eles acreditam que o nome significa "aquele que é Deus" e que, como "Arcanjo" ou "comandante ou líder dos anjos", ele liderava os anjos e, por isso, a afirmação em Apocalipse 12:7-9 que identifica Jesus como sendo Miguel. Além disso, "Miguel" seria um dos muitos títulos associados ao Filho de Deus, a segunda pessoa da Divindade. E este ponto de vista não estaria de modo algum em conflito com a crença em sua Divindade Plena, pré-existência eterna e, também de maneira nenhuma, seria uma diminuição de Sua pessoa ou obra. Ainda na visão adventista, a afirmação em I Tessalonicenses 4:16 identifica claramente Jesus com Miguel, assim como João 5:2564 . Nas Escrituras ele é mostrado fazendo coisas que também se aplicam a Cristo desde o início, ele é também Cristo pré-encarnado. Mórmons A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias acredita que Miguel é Adão, o Antigo de Dias (de Daniel 7), um príncipe e um patriarca da família humana e que Miguel ajudou Jehovah (a forma celeste de Jesus) na criação do mundo sob a direção de Deus Pai. O anjo Miguel nos manuscritos do Mar Morto Desde a publicação, em 1991, da quase totalidade dos textos descobertos no deserto da Judeia, comumente conhecidos como os manuscritos do Mar Morto, que o estudo acerca da angeologia judaica sectária e extra-bíblica teve um grande desenvolvimento. Nestes textos, numa perspectiva que viria a ser recuperada pelos movimentos gnósticos do Século I, Miguel é apresentado como a figura celestial de Melquisedeque exaltado, elevado aos céus. É similarmente referido como o "príncipe da luz", conforme 11Q13, que dará combate ao "príncipe das trevas", Satã, Belial ou Melkireshah (o príncipe das profundezas da Terra). Este confronto dar-se-á aquando da grande batalha celeste que antecederá o fim dos tempos e a nova vinda do fundador da comunidade essênia, o "Mestre da Justiça", como Messias escatológico. Neste contexto, e numa descrição profundamente ambivalente, em 4Q529 e 6Q23 o triunfo definitivo da paz não lhe é atribuído, conforme alguns depreendem de Judas 1:9, acima transcrito, onde Miguel recusa a função de juiz escatológico, mas apenas é o seu arqui-estratega. Miguel recusa inclusive o título de "Senhor" e de "Salvador", ao mesmo tempo que, segundo 4Q246, aguarda que, tal como o seu modelo histórico apresentado neste texto, Antíoco Epifânio, se possa autoproclamar "um deus" e ser adorado como deus, tal como aquele em Daniel 11,36-37. Para outros[quem?], segundo a interpretação que fazem de alguns dos manuscritos do Mar Morto, Miguel é mesmo apresentado como o grande usurpador do senhorio de Deus numa opinião que, com alguns matizes, é idêntica à de movimentos para-cristãos nascidos no Século XIX. Segundo aquela referida interpretação, Miguel louvaria o malquisto rei Sedecias, referido em 2 Reis 24:19, prometendo-lhe, inclusive, uma aliança para que este leve a bom termo os seus planos malévolos. Em síntese, a angeologia apresentada pela interpretação destes textos não é homogénea, mas aduz um grande leque de orientações desde as menos negativas como as que consideram Miguel como Melquisedeque exaltado, mas com desejos de ser adorado, até às profundamente negativas, as que o concebem como próximo do malévolo rei Sedecias. Nos primeiros séculos da nossa era, esta literatura teve muita influência em círculos gnósticos vindos do helenismo platonizado na medida em que a sua falta de clareza e a ambiguidade esotérica, quase a roçar o paganismo (de facto, tais perspectivas jamais poderiam ser tidas como inspiradas, quer pelo judaísmo, quer pelo cristianismo), serviu plenamente os seus intuitos de estabelecerem pontes de contacto com o crescente influxo cultural do cristianismo e, assim, não perderem a sua importância religiosa.
Fonte: https://pt.wikipedia.org
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