As
palavras do Santo Padre Papa Francisco são cada vez mais a indicação de um
caminho dedicado à evangelização não só de palavras, mas de vida. Se ele é chamado de comunista porque tem uma
linguagem que defende os pobres, é também um homem que tem profundo
relacionamento com Deus. Quer uma pastoral encarnada, mas sempre com seus pés
fincados na vida espiritual. Como vamos ver agora, encerra sua reflexão com a
certeza da força da oração. Ensina que a intercessão é uma força que incentiva
a nos entregarmos à evangelização e nos motiva a procurar o bem dos outros (EG 281). Coloca como
modelo São Paulo e diz que sua oração era repleta de seres humanos: “em todas
as minhas orações, sempre peço com alegria por todos vos... pois vos tenho no
coração” (Fl 1,47).
A oração que deixar de fora os outros perde seu valor. A oração é agradecimento
a Deus por todos: “Dou graças a meu Deus por vós, pela graça de Deus que vos
foi concedida em Cristo Jesus” (1Cor 1,4). A oração está unida à missão, tanto para que o
anúncio se realize, como também agradecimento pela graça que atua para a
salvação. Evangelização e oração caminham juntas. É imprescindível para ser evangelizador,
ser um orante. A oração não distancia do povo, nem a evangelização é distante
da oração. Estar com Deus é o mesmo que buscar os irmãos. E buscar é o maior
estímulo para orar. Por isso é preciso interceder. Interceder é por-se entre
Deus e as pessoas pedindo por elas e garantindo a Deus que elas necessitam. É a
oração mais livre e pura, pois sem egoísmo. Quem se deixa evangelizar pela
oração será um evangelizador que falará em nome de Deus.
1656.
Maria, a Mãe da evangelização
Quando
colocamos a importância de Maria na obra da Salvação, às vezes pensamos que
seja só por piedade. Se houve exagero foi da parte de Jesus. Ele, ao nascer
como Evangelho Vivo, nasceu da Mulher, a Virgem Maria. Diz o Papa: “Juntamente
com o Espírito, sempre está Maria no meio do povo. Sua presença não vem de um
acaso afetivo seja da parte de Jesus, seja dos discípulos. “Ela é a Mãe da
Igreja evangelizadora, e, sem ela, não podemos compreender o espírito da nova
evangelização” (EG 284).
Maria está presente nos momentos fundamentais da vida de Jesus: Está presente
ao pé da cruz. Só depois de nos dar Maria por Mãe é que consuma sua obra
redentora. Não quer que falte à Igreja o ícone feminino (EG 286). Está em íntima ligação com a
Igreja de tal modo que, o que se refere a Maria, refere-se à Igreja, geradora
de novos filhos. Gera no presépio o Senhor do mundo. Em Caná é a amiga solícita
para que não falte o vinho na nossa vida. Ela caminha conosco. Cada título que
lhe dão é mais um aspecto do dom de Deus a seu povo.
1657.
Alegria na missão
A alegria que sentimos na obra evangelizadora vem da maternal presença
de Maria, mulher de fé que vive e caminha na fé. Torna-se modelo e
evangelização. A força evangelizadora está apoiada na força revolucionária da
ternura e do afeto. Ela mostra que a humildade e a ternura são virtudes dos
fortes (EG 288).
Leva-nos também a conservar todas aquelas coisas no coração, meditando-as (Lc 2,19). Ela ensina
a encontrar os caminhos do Espírito. Sobretudo nos faz compreender que as
grandezas de Deus acontecem na simplicidade e na humildade. Ela acolheu o
Espírito que trabalhou seu coração. Encerrando a reflexão sobre o documento
Alegria do Evangelho, quero estimular a que o leiam e meditam, pois é o novo
caminho para a Igreja. O Espírito continua falado às Igrejas.
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