O
Pai manifesta o Filho
O
Batismo de Jesus é sua Manifestação aos judeus. Nesse momento é o próprio Pai
que abre os céus é Lhe dá o Espírito. E dá o sentido desse dom do Espírito como
o Amor do Pai: “Tu és meu Filho amado, em ti ponho o meu bem-querer” (Lc 3,22). O Batismo
de Jesus é uma manifestação do sentido da missão de Jesus: ser amor. Por isso
se manifesta o Espírito que é o Amor. O batismo dos cristãos tem essa
característica: entrar nesse movimento do amor. Inicia-se uma transformação.
Por isso não é só um rito, uma água que jorra. No Batismo se iniciou a missão
de Jesus “Vós sabeis o que aconteceu na Judéia, a começar pela Galiléia, depois
do Batismo pregado por João... Jesus, cheio do Espírito, andou por toda parte
fazendo o bem...” (At 10,38). O batismo de Jesus mais que um rito é uma vida que se torna uma
missão. O Batismo do Senhor é uma teofania, uma manifestação de Deus Trindade.
Por isso somos batizados em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Não
porque usamos seus Nomes, mas pelo rito de sermos mergulhados nas águas somos
mergulhados nesse mistério de amor e assumimos o plano de Deus em Cristo. Não
somos batizados para entrar numa religião, mas para participar da vida de Deus.
Entramos na Igreja para dar condições para que essa vida seja consistente e
possa continuar a manifestação do Filho ao mundo. Cada cristão é uma teofania
do amor de Deus que é a missão fundamental de Jesus. Acima de tudo o que
possamos fazer.
Este
é meu Filho amado
O Batismo é participação no amor do Filho. Por isso também somos
chamados de filhos queridos do Pai, como disse a Jesus “Tu és o meu Filho
amado, em ti ponho o meu bem-querer” (Lc 3,22). O caminho espiritual é corresponder ao Pai no
amor, a Jesus como continuadores de sua missão e ao Espírito para jorrar o amor
para o mundo. Este não espera outra coisa dos cristãos: quer ser amado no
serviço concreto de redenção total do ser humano e do universo. Devemos evitar
transformar o batismo em um costume, um rito que não atinge a vida ou uma
obrigação. É um dom de Deus que devemos aproveitar ao máximo. Diz o Papa Leão
Magno: “Toma consciência, cristão, da tua dignidade.” Após batismo, conduzido
pelo Espírito Santo, Jesus vai para o deserto para ser tentado por Satanás (Lc 4,1). A vida
cristã é cheia de dificuldades e lutas, pois, para corresponder ao projeto de
Deus temos que assumir um caminho forte de seguimento de Jesus. Viveremos como
Ele viveu. A missão que Ele recebeu no Batismo, passa ser também a nossa. Essa
missão de Jesus não é só tirar pecados, mas começar no mundo a onda do amor do
Pai. Essa onda não destrói, mas fecunda o mundo de uma vida nova. O amor pode
mudar todas as coisas. O Pai pôs em Jesus todo seu bem querer. O Filho nos pede
o mesmo amor.
Ser filho de fato
Como somos chamados a ouvir o Filho
amado, a oração pós-comunhão diz: “chamados de filhos de Deus, nós o sejamos de
fato”. Não é possível ser meio cristão. É comum ouvir das pessoas que são
católicas, mas não aceitam tudo. Então não o é. Há coisas que não têm nada a
ver com a fé. Isso podemos recusar. Mas devemos manter a unidade que é o
vínculo da perfeição (Cl
3,14). Nosso compromisso é preciso permanecer Nele e,
com Ele, levar o amor ao mundo. Nossa vida cristã não é constituída a partir de
um conjunto de ideias, mas de um encontro no qual Deus se manifesta para ser
manifestado ao mundo. O Batismo de Jesus era para a Missão, pois já era
totalmente de Deus Pai.
Leituras Isaias
42,1-4.6-7/; Salmo 28; Atos 10,34-38; Lucas 3,15-16.21-22
1. O Pai
manifesta o Filho ao mundo e lhe dá o Espírito para sua missão.
2. O batismo é
participação do amor do Filho pelo Pai e pelo mundo.
3. Ser filho de
fato. Não é possível ser cristão pela metade.
Afogado nas águas.
Quando
somos batizados, o padre joga um pouquinho d’água em nossa cabeça e diz: “Eu te
batizo em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo”. Batizar em nome significa
mergulhar no Pai, no Filho e no Espírito Santo, isto, unir-nos completamente na
vida e pessoa da Santíssima Trindade. Estão certos os que querem batizar nas
águas abundantes. Mas não é na quantidade de água que somos batizados, mas no
imenso mar da vida do Pai. Para Deus, uma gota d’água ou um oceano vale o
mesmo. Mas o Pai é sempre sem medida em sua vida e em seu amor.
Se
somos mergulhados e participamos tanto dessa vida, temos que viver como vive o
Pai, o Filho e o Espírito em sua comunhão de amor e comunhão de abertura ao
outro, como são as Três Pessoas Divinas. São tão unidas que são um só Deus.
Deus não é solitário ou distante, não precisando de nós. Ele nos atrai e nos
envia para que seu dom de amor chegue a todos.
https://refletindo-textos-homilias.blogspot.com/https://padreluizcarlos.wordpress.com/
Nenhum comentário:
Postar um comentário