quinta-feira, 6 de dezembro de 2018

REFLETINDO A PALAVRA - “Uma fé que cresce”

PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA
REDENTORISTA
50 ANOS CONSAGRADO
1603.            Processo de amadurecimento
Jesus ao subir ao Céu, deu aos apóstolos a ordem: “Ide e fazei que todas os povos se tornem discípulos, batizando-as em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo e ensinando-as a observar tudo o que vos ordenei” (Mt 28,19-20). Jesus coloca a formação como garantia para que os novos discípulos possam viver e levar avante o anúncio que acolheram. Ensinar é a atitude permanente do evangelizador e aprender é o privilégio do discípulo, como lemos em Isaías: “De manhã em manhã Ele me desperta, sim, desperta meu ouvido para que eu ouça como os discípulos” (Is 50,4). Formação faz parte da evangelização para o constante crescimento. Ninguém pode se contentar com o pouco. Somos filhos da Sabedoria. O homem mais sábio não é aquele que tem muito a transmitir, mas aquele que se dispõe sempre aprender. Jesus Cristo é nosso Mestre. Para viver Cristo, não se pode contentar com pouco. Este crescimento não é somente formação doutrinal, que é importante. O crescimento é integral: a doutrina aprendida se torna verdade vivida. Papa Francisco insiste no nº 160 de Evangelii Gaudium: “Cada ser humano precisa sempre mais de Cristo, e a evangelização não deveria deixar que alguém contentar-se com pouco, mas possa dizer com plena verdade: ‘Já não sou eu que vivo, mas é Cristo que vive em mim’” (Gl 2,20). A vivência do mandamento do amor é uma escola de aprendizado e instrução. O amor não é só um sentimento, mas uma atitude que envolve todas nossas potencialidades. Aprender para viver melhor o amor é cumprir o mandamento do amor e realizar o crescimento espiritual. Através da catequese e homilias transmitimos doutrinas, mas precisamos nos deixar transformar no aprendizado do mandamento do amor, em Cristo.
1604.            O fio que une a Catequese
A Igreja sempre se preocupou com a formação do povo de Deus. A grande dificuldade é o interesse e a perseverança dos fiéis. Nem sempre a resposta tem sido suficiente. O Papa insiste que o primeiro anúncio deve ocupar o centro da atividade evangelizadora da renovação eclesial. “É o Espírito que nos faz crer em Jesus que, com sua morte e ressurreição, nos revela e comunica a misericórdia do Pai” (EG 164). Vemos como o Papa não perdeu seu dom de ser um pároco que é pai da comunidade: “Na boca do catequista, volta a ressoar sempre o primeiro anúncio: ‘Jesus Cristo te ama, deu a sua vida para te salvar, e agora vive contigo todos os dias para te iluminar, fortalecer, libertar” (164). Este anúncio deve estar presente na catequese e se tornar algo que sempre volta na vida de quem crê. É ele que dá consistência a toda a formação “doutrinal” que só será sólida se estiver unida a ele. Esse é o fio que une todo ensinamento.
 1605.Tomar pela mão                           
O anúncio fundamental do amor de Deus que salva vem por primeiro e dá sentido às obrigações morais e religiosas. Traz consigo um apelo à liberdade, à alegria, ao estímulo, proximidade, acolhimento e diálogo. Com o anúncio temos a mistagogia, isto é, junto ao ensinamento, deve-se fazer a experiência. É tomar pela mão e introduzir nesse novo modo de vida com métodos sempre renovados que atraiam e conduzam a pessoa num crescimento comunitário de escuta e resposta (EG 165). A formação não pode ser exclusivamente de modo escolar com cursos, mas de experiência na comunidade. O que vemos na comunidade é a celebração e atividades sempre reservadas a um pequeno grupo. Onde ficam as crianças e os jovens? A comunidade também é anunciadora e formadora.
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