Papa Francisco tem uma visão muito
ampla da evangelização. E tem sede que todos possam receber a alegre mensagem
do Evangelho. Em sua Exortação Apostólica, documento sobre a evangelização (A Alegria
do Evangelho) trouxe sua experiência de uma Igreja que busca novos caminhos,
sobretudo os caminhos pisados pelos pobres. Tem consciência da gravidade da
missão de levar o conhecimento de Jesus a todos. Fizemos um caminho de reflexão
sobre a situação em que nos encontramos usando o método do Ver, Julgar e Agir.
Agora vamos refletir sobre a missão fundamental da Igreja: Anunciar Jesus. Não
é o anúncio de uma doutrina, mas de uma Pessoa. Fé é aceitar uma Pessoa
concreta, Jesus Cristo. Quem evangeliza não é uma instituição, mas “todo o povo
que peregrina para Deus” (EG
111). Fomos habituados a pensar a Igreja é o Papa, os Bispos, os Padres.
Essa pirâmide de poder passou à pirâmide do serviço. Não podemos dizer:
evangelização é problema dos padres e dos bispos, mas crer que o povo é o
primeiro evangelizador. Aqueles têm sua missão preponderante na evangelização,
mas o primeiro responsável é o povo, como conhecemos pela história. Se todo o
povo não for evangelizador, testemunhando sua adesão a Cristo, o anúncio não
chega longe. A missão vem da misericórdia de Deus que a atrai para si. A Igreja
é enviada por Jesus Cristo como sacramento da salvação oferecida por Deus (LG 1). Deus toma a
iniciativa. A salvação é oferecida a todos (GS, 22). Deus nos convoca como povo, e não
como seres isolados (LG
9). “A Igreja deve ser o lugar da misericórdia onde todos possam se
sentir acolhidos, amados, perdoados e animados a viverem segundo a vida boa do
Evangelho” (EG 114).
1583.
Um povo de muitos rostos.
Ser
povo é uma unidade, mas também implica nas diferenças, sobretudo quando
pensamos em sentido de nosso mundo tão diversificado. “O Povo de Deus se
encarna nos povos da terra, cada um dos quais tem a sua cultura própria” (EG 115). Cada cultura
é um instrumento precioso para expressar a vida cristã. Cultura implica toda a
vida do povo, com todas as suas manifestações. Tudo que não é contra a graça
salvadora é apto para expressar a fé e os bons costumes. “A graça supõe a
cultura, e o dom de Deus encarna-se na cultura que o recebe” (Id). Ao longo da
história tantos povos diferentes receberam a fé, fizeram florir o evangelho na
vida diária e o transmitiu segundo as próprias modalidades culturais (EG 116). É belo ver
como o Espírito Santo fecunda uma cultura com a força transformadora do
Evangelho. O Cristianismo não dispõe de um único modelo cultural. O Evangelho
assume o rosto das diversas culturas e dos diversos povos onde for acolhido.
Uma única cultura não absorve totalmente a beleza da Igreja adornada de muitas
jóias.
1584.
Diversos povos numa só fé
“A diversidade cultural não ameaça a
unidade da Igreja” (EG
117). Pelo contrário, a uniformidade pode tornar as realidades
desiguais. A unidade se faz pela fé e o amor. A comunhão de fé é realizada pelo Espírito que
constrói a comunhão. A harmonia é realizada pelo Espírito Santo. Temos que
desligar o mais possível a Igreja de uma determinada cultura. Jesus era judeu e
não desprezou sua raça e cultura, mas não impôs. Há elementos que permanecem,
mas não anulam as demais culturas. “É indiscutível que uma única cultura não
esgota o mistério da redenção de Cristo” (EG 118). A colorida túnica de José é uma
expressão do amor do Pai (Gn
37,3-4). O povo de Deus unido anuncia a bela salvação.
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