Quem acompanha mais de perto as
atividades do Papa Francisco vê que insiste sobre o que toca os grandes
desafios da sociedade. Ele viveu no meio do povo e sabe falar a língua do povo.
Não bastam belos documentos. Francisco vê a situação concreta. Não resolvemos
os problemas do mundo com teorias. O que se sente dele é que vê a realidade com
os olhos de Deus, cujas lentes são o Evangelho. Os grandes projetos são
necessários e úteis quando chegam ao gesto concreto e personalidazado. As
pessoas não são teorias, são olhos que nos olham com esperança. O Papa diz que
sua apreciação se situa “na linha do discernimento evangélico. É o olhar do
discípulo que ‘se nutre da luz e da força do Espírito Santo’”(Eg
50).
Não compete ao Papa saber tudo e dar todas as soluções. O que faz é estimular
as comunidades a estarem vigilantes procurando interpretar os sinais dos
tempos. Temos um grande tesouro: O Reino de Deus está entre nós. Nós o compomos
e continuamos a missão que nos foi confiada por Jesus. Se não tomarmos atitudes
concretas haverá um grande prejuízo para a humanidade. Está em jogo, não
projetos, mas o homem e a mulher vivos e necessitados. Há males que estão sendo
preconizados como solução quando na verdade são exploração da pessoa e da
natureza. É o egoísmo pecaminoso. É por isso que se procura abafar o
cristianismo e reduzi-lo a uma religião intimista. Essa não cria problemas.
Quando Paulo VI escreveu a Humanae Vitae foi uma grito universal. Mas já há
quem diga que, se tivéssemos ouvido Paulo VI, não estaríamos na situação atual.
O convite a ouvir Francisco é saber utilizar as riquezas humanas que possuímos.
1508.
Desafios que nos cercam
A humanidade sempre disse que: “Nesses tempos
difíceis em que vivemos”. Não diz, nas soluções procuramos, pudemos dar esses
passos. O mundo atual deu grandes avanços nas áreas da saúde, educação,
comunicação etc... Mas há muita necessidade a ser solucionada. São males
crônicos da comunidade internacional: alimento, água, migração, saúde, prisões,
moradia, condições mínimas de vida. Curiosamente são esses os itens sobre os
quais seremos julgados no fim dos tempos, como lemos no discurso de Jesus sobre
o juízo final (Mt 25,31-43). Estão como a
dizer: “cuide dos outros, que Deus cuida de você”! Ficamos nos pecadinhos íntimos
e deixamos o pecado estrutural. Esta era a preocupação de Jesus. Não podemos
fazer uma religião sem o Evangelho, mesmo que seja piedosa. O Papa enumera
então esses desafios referentes à economia que exclui na qual o ser humano é
explorado, descartado. Junto a esta, a idolatria do dinheiro. É bonito ter
mais, quando o que faz viver é ser mais. Este é para servir. Segue-se a
desigualdade social que gera violência. Vale a pena analisar a fundo estes
temas propostos. Ainda seguem outros.
1509.
Não espere pelos outros
Dizemos: Não
maldiga a escuridão, acenda um fósforo! Há muita prosa e pouca ação. Sempre
pensamos numa solução global que alguém faça a mudança. Ela começa como
pequenas fagulhas que podem incendiar tudo. A grande frustração é a gente não
fazer nada. Tudo começa pelo respeito ao pequeno, pela acolhida aos simples.
Aqui entra a função das comunidades que não deixem fora os que pouco valem.
Quem é que vale? Ter ou ser? Temos entre os fracos, grandiosas personalidades.
Uma mulher, abandonada que, sozinha, sem recursos conseguiu formar os filhos,
vale muito. A capacidade econômica de viver e ser feliz com um salário
apertado. Isso é ser doutor em economia e administração etc... Essa gente magnífica
que não aparece na telinha, essa sim, vale.
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