Papa Francisco, em sua
reflexão sobre a santidade, leva-nos ter uma visão otimista sobre ela. Houve um
tempo em que se ensinava que tornar-se santo era impossível. Ainda mais sendo
brasileiro. Temos que dizer que não ficar santo é muito mais difícil. Ele nos
diz que podemos e devemos “nos estimular pelos sinais de santidade que o Senhor
nos mostra através dos membros mais humildes do povo”... “Esses homens e essas mulheres
do povo não fazem a história e não estão nos livros de história. Mas são eles
quem constroem o mundo” (GE 8). “A santidade é o rosto mais belo da
Igreja.
Mas,
mesmo fora da Igreja Católica, o Espírito suscita sinais de sua presença, que
ajudam os próprios discípulos de Cristo. São João
Paulo II lembrou-nos que o “testemunho, dado por Cristo até ao derramamento do
sangue, tornou-se patrimônio comum de católicos, ortodoxos,
anglicanos e protestantes”. Na sugestiva comemoração ecumênica, que ele
quis celebrar no Coliseu durante o Jubileu do ano 2000, defendeu que os
mártires são “uma herança que fala com uma voz mais alta do que os fatores de
divisão entre os cristãos” (GE 9). Há santos fora da Igreja católica e
mesmo fora do cristianismo. Deus é quem faz o santo. A Igreja proclama.
2083. O Senhor chama
Insiste ainda que em tudo
isso é importante reconhecer a chamada que Deus dirige a cada um: “Sede santos,
porque Eu sou santo” (Lv 11,45;1Pd 1,16). O Concílio Vaticano
II salientou vigorosamente: “Munidos de tantos e tão grandes meios de salvação,
todos os fiéis, seja qual for a sua condição ou estado, são chamados pelo
Senhor à perfeição do Pai, cada um por seu caminho” (GE 10). Essa é a grande verdade que tira aquele exclusivismo de pensar que
poucos são santos e destes somente padres e freiras. Por isso acentua: “‘Cada
um por seu caminho’”, diz o Concílio. Não há só um modelo de santidade. Não
temos que copiar ninguém. Temos que seguir sua paixão por Jesus e pelo amor aos
irmãos. Importante é que cada crente discirna o seu próprio caminho e traga à
luz o melhor de si mesmo, como Deus colocou nele de modo muito pessoal (1Cor 12,7), e não se esgote procurando imitar algo
que não foi pensado para ele. Todos somos chamados a ser testemunhas, mas há
muitas formas diferentes de testemunho. Pois a
vida divina comunica-se “a uns de uma maneira e a outros de outra” (GE 11). Cada um mostra um lado da santidade de Deus. Só Ele é santo. Mas nos
leva a participar de sua santidade, cada um de seu jeito. A vida da Igreja, a
vida religiosa e sacerdotal queria igualdade para todos no mesmo estilo.
Curiosamente vemos que Deus nos fez totalmente diferentes uns dos outros. Cada
um é uma face de Deus. Se colocarmos todos com a mesma feição, ocultamos uma
face de Deus.
2084. Santo
gênio feminino
Continua mostrando as
diferenças. Agora lembra uma diferença muito grande: “A propósito de tais
formas distintas, quero acentuar que também o «gênio feminino» se manifesta em
estilos femininos de santidade, indispensáveis para refletir a santidade de
Deus neste mundo”. E precisamente em períodos nos quais as mulheres estiveram
mais discriminadas, o Espírito Santo suscitou santas, cujo fascínio provocou
novos dinamismos espirituais e reformas importantes na Igreja. Podemos citar
Santa Hildegarda de Bingen, Santa Brígida, Santa Catarina de Sena, Santa Teresa
de Ávila ou Santa Teresa de
Lisieux; E continua uma maravilhosa lista de
santas mulheres (GE 12). O modelo de santidade deve ser masculino e feminino. São muito
diferentes. Infelizmente não foi assim. Cada um é diferente do outro.
Justamente aí percebemos a infinidade de caminhos para Deus.
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