sábado, 11 de agosto de 2018

REFLETINDO A PALAVRA - “Nas curvas de um rio”

PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA
REDENTORISTA
50 ANOS CONSAGRADO
Velas que se acendem
               Celebramos festa de N. Senhora Aparecida. É um momento muito importante, como diz a oração da missa: “Concedei que o povo brasileiro, fiel a sua vocação e vivendo na paz e na justiça, possa chegar um dia à pátria definitiva”. A paz e a justiça conduzem à vida eterna. Vamos procurar entender essa celebração com a simbologia dos primeiros milagres. Além do encontro, que já foi um milagre comprovado pela pesca abundante, nós conhecemos o milagre das velas que se acendiam e se apagavam sem intervenção das pessoas.  No meio das dificuldades do tempo, cercados de pobreza e de vida trabalhosa, a veneração da imagem da Imaculada Conceição, foi um estímulo à vida daqueles pobres pescadores. A devoção lhes fez reconhecer um tempo novo que iluminava seus olhos. O sofrimento não apaga a fé de um povo simples e devoto. Deus se recordou de sua humildade. Deus escolhe os humildes para confundir os fortes. O Conde de Assumar comeu os peixes e se foi. Os pescadores foram alimentados de esperança. Ester, a rainha teve a ousadia de crer que a oração poderia mudar os planos do rei. A oração do povo dobra o coração de Deus. O Espírito Santo acendeu a luz nos corações que se apagavam no sofrimento. A pesca infrutífera foi vencida pela rede que mais uma vez ia ao fundo do rio. Numa destas encheu o barco de vida e as redes de peixes. Aquele objeto tosco e enegrecido acendeu a esperança. A intercessão de Maria continua no meio do povo. Benditas curvas do rio Paraíba que nos deram tal presente. A esperança iluminou os olhos.
O escravo e as correntes
              A imagem de Nossa Senhora Aparecida é uma síntese das três raças: negra de cor, branco de tipo, cabelo de índia. É a mulher grávida que aparece no Apocalipse sempre pronta a dar à luz para que haja a libertação de todos os sofredores. O escravo Zacarias que fugira e fora capturado, deve ter sofrido muito. Ao passar diante da capela da Senhora Aparecida, pediu para fazer uma oração. Que terá pedido? Mais que atender a súplicas, ela lhe deu a liberdade. As correntes caíram. Ela, Mãe do Senhor do mundo, liberta o escravo sofrido, já sem esperanças em meio aos sofrimentos. É um símbolo maravilhoso que sintetiza os ensinamentos sobre Maria que socorre os escravos do mal. Intercede diante de seu Filho pelos filhos sofredores. Este milagre anima a transformar a devoção em um meio de libertação de todos os tipos de escravidão. Não há escravidões que não tenham solução. O que há é falta de libertadores. A devoção será vazia se não vai ao encontro dos acorrentados da vida. As curvas do rio nos trouxeram a alegria.
A cega e o cavaleiro.
              Há dois milagres que se parecem: A ceguinha que veio de longe e ao chegar perto do santuário recebe a cura e vê a igreja. O cavaleiro cego pela falta de fé e pelo desrespeito às pessoas e lugares santos, recebe um milagre. Queria entrar na Igreja a cavalo. Este se recusa e sua ferradura se prende à pedra da entrada. O homem orgulhoso é abre os olhos à fé. Diante do amor de Maria, manifestado nesta bela imagem, nossos olhos se abrem para ver a grandeza de Deus e a desgraça que o orgulho provoca em nós. Os milhões de romeiros que por ali passam podem ter os olhos abertos para conhecer as coisas de Deus e das pessoas como um caminho de fé. Um cientista ateu, vindo a Aparecida, viu a longa fila dos romeiros que queriam passar diante da imagem, disse: Não podem todos eles estar errados e eu certo. Abriram-se seus olhos.
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