A celebração mais importante da
Igreja é a Páscoa. Nela celebramos os mistérios centrais da vida de Cristo.
Dizemos centrais, pois que a Páscoa penetra toda a atividade do cristão, tanto
celebrativa como da vivência. Páscoa não é só uma festa, mas uma vida que
acontece. As celebrações são Memória dos acontecimentos de sua Paixão e
Ressurreição. Para bem viver este momento temos o tempo da Quaresma. Esta
palavra significa 40 dias de preparação. Há muitas tradições a respeito. Cada
tempo celebrou de um modo. Atualmente passa meio esquecida. Mas podemos fazer
uma comparação como que está muito comum: como um treinamento esportivo tanto
para saúde como para a disputa de jogos. É como fazer uma terapia de
fortalecimento espiritual. O treinador é o próprio Jesus que nos dá as técnicas
de Sua academia. Recebemos uma dieta própria para o organismo espiritual. Esta
dieta é o jejum. Antigamente era muito
exigente. Não é parar de comer ou passar fome. É esvaziar-se das preocupações e
dedicar-se ao único necessário. É preciso ser centrado. Tudo é bom, mas nem
tudo aproveita naquele momento. É preciso selecionar. A terapia e o treinamento
vão fundo no coração para colocar os pensamentos em ordem através da oração. É
uma terapia completa que atinge todos os pontos frágeis de nosso espiritual.
Como nosso corpo cria massas, tiramos os excessos de nosso interior. A esmola,
ou a preocupação com os outros dá-nos um corpo espiritual bem formado que ajuda
muito nosso corpo físico. À medida que em pensarmos nos outros, tiramos nossos
excessos. Que adianta ter corpo sadio e bonito, se o interior, que o sustenta,
não estive curado, sarado.
1388. Uma Igreja
penitente
A Quaresma não é somente um trabalho
individual, mas de todo o corpo eclesial. Ela é vivida na comunidade como um
todo. É toda a comunidade que se converte. Não há individualismo espiritual. Há
sim o empenho de cada um para se unir ao corpo de Cristo e trabalhar para sua
purificação naquilo que é humano, isto é, nossa parte. A Igreja toda deve ser
penitente. A penitência não são sacrifícios impostos para fazer sofrer, mas
atitudes de sair de si e pensar nos outros. Vivemos mais para as estruturas do
que para a vida do Senhor que habita nela. Por isso Paulo insiste que Jesus
quer tornar sua Igreja pura digna como esposa. A purificação se faz pela
caridade que cobre a multidão dos pecados. Essa caridade não são alguns gestos
ocasionais, mas uma atitude permanente de acolhimento e, mais ainda, como nos
ensina Papa Francisco, ir buscar os que estão necessitados da graça e do pão. A
maior política que se poderia fazer pelo mundo seria colocar a caridade em ato,
precisamos de ações concretas e permanentes para dar vida a rostos sofridos e que tem em nós a última
esperança.
1389. A verdadeira
alegria
Toda forma de alegria é boa, desde
que seja alegria, pois é impossível ser alegre sem o bem, a justiça e o amor. A
penitência e o esforço quaresmal em preparação para a Páscoa terão como
resultado a alegria da Ressurreição. “Os discípulos ficaram alegres por verem o
Senhor”. As mulheres que viram o Senhor voltaram cheias de alegria para
comunicar aos discípulos (Mt 28,8). Jesus dissera: “Vós agora estais tristes;
mas eu voltarei a vos visitar, e vós enchereis de alegria, e ninguém vos tirará
vossa alegria” (Jo 16,22). É a alegria da participação da vida do Ressuscitado.
Preparando-nos para a Páscoa ela dará seus frutos em nossa vida e na vida do
mundo, pois a Ressurreição do Senhor é um ato de Deus para todo Universo.
https://padreluizcarlos.wordpress.com/
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