Jesus subiu ao monte e, como mestre,
apontou os fundamentos de Sua doutrina. Mais que doutrina mostrou como Ele
próprio vive. É Seu retrato falado. Assim deverão viver os filhos o Reino. Este
é o sentido profundo para o cumprimento da nova lei, o modo de relacionar-se
com o próximo e a exigência de uma opção do coração para entrar o Reino (Bíblia de Jerusalém – nota).
Após falar das bem-aventuranças, diz que vivendo esta nova lei, torna-se um
sinal do Reino que não pode ser escondido nem ser sem sabor. Jesus diz na Ceia:
“Eu vos escolhi e vos designei para irdes e produzirdes frutos” (Jo 15,16). Isso é ser
sal e luz. Não é possível esconder a luz de Cristo que está naquele que crê, e
ocultar o sabor de sua vida. A cidade construída sobre o monte estará sempre
visível. É mais fácil ocultar o mal que fazemos que o bem que praticamos. A luz
que refletimos é a de Deus. O sabor é Dele também: “Provai e vede como o Senhor
é bom” (Sl 33,9).
O que vai dar a energia para a luz, a visibilidade para a cidade e o sabor para
o sal é a vida de acordo com a vontade de Deus: “Reparte o pão como faminto,
acolhe em casa os pobres e peregrinos, quando encontrares um nu, cobre-o”;
Estas são atitudes para com os sofredores. Há também a orientação da própria
vida apresentada pelo profeta: “Se destruíres teus instrumentos de opressão, e
deixaram os hábitos autoritários e a linguagem maldosa; se acolheres de coração
aberto o indigente e prestares socorro ao necessitado” (Is 58,7.9-10). A vida cristã não é sós
um ato de fé, mas “uma fé que se torna operosa na caridade” (Gl 5,6). Perde-se o
rumo se ficarmos só no espiritualismo e devocionismo sem compromisso com a
caridade! Uma religião alienada muito cômoda não mexe com as estruturas do
pecado pessoal e estrutural.
Homeopatia
espiritual
Se ocorrer em nossa vida as atitudes
de atenção aos necessitados, haverá um grande resultado: “Brilhará tua luz como
a aurora e tua saúde a de recuperar-se mais depressa; à frente caminhará tua
justiça e a glória do Senhor te seguirá”...nascerá nas trevas a tua luz e tua
vida obscura será como o meio dia” (8.10). Ser sal e luz é resultado de uma atitude pessoal. Fazer o bem nos faz bem. O bem feito aos
outros volta a nós com grande força de renovação. Não buscamos a recompensa,
mas acolhemos o fruto de nossa opção espiritual. Vemos as pessoas em busca de
curas espirituais através de bênçãos e outras coisas mais, quando a cura está
na caridade. Isso não nos deixará livres de problemas e sofrimentos, mesmo
espirituais com dificuldades e até pecados. Mas o amor para com os necessitados
nos dará a saúde espiritual. No salmo encontramos a indicação: “Feliz o homem
caridoso e prestativo... seu coração está tranquilo e nada teme. Ele reparte
com os pobres os seus bens; permanece para sempre o bem que fez” (Sl 111).
Método
de pregação
Paulo ensina que o testemunho não
está na sabedoria das palavras, mas na coerência de vida com a Palavra de Deus.
Seremos testemunhas se o espírito das bem-aventuras penetrar nossas atitudes.
Paulo se faz modelo para os evangelizadores: “Quando fui à vossa cidade
anunciar-vos o mistério de Deus, não recorri a uma linguagem elevada ou ao
prestígio da sabedoria humana” (1Cor 2,1). Jesus tinha essa linguagem. O povo O entendia. Papa
Francisco diz a mesma coisa dos outros, mas numa linguagem nascida da
experiência do povo e da sabedoria de Deus. Falar simples é um passo além da
ciência. O assunto que Paulo prega é Jesus Crucificado e o poder do Espírito
Santo.
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