Uma
vez na missa para as crianças perguntei qual era a missão de Jesus. “O que
Jesus veio fazer?” Uma menininha de cinco anos respondeu: “Ele veio mostrar o
carinho do Pai”. Onde aprendeu isso? Não estava no catecismo. Ela deve ter aprendido
sentada no colo de uma mãe ou de uma avó, bem juntinho do coração. É a melhor
escola. No Natal
vemos mais com o coração do que com os olhos. Deus,
vendo o sofrimento da humanidade, fruto de uma maldade que chamamos pecado,
abriu o peito e nos deu seu coração. Jesus é a expressão acabada do amor do Pai
que entrega o Filho para que, pelo amor, todos aprendam que conhecer Deus é
viver o amor. Quem conhece Jesus, se não for pela expressão do amor do Pai, não
entendeu nada ainda. S. Afonso afirma que a concepção de Jesus é realizada pelo
Espírito Santo, pois Ele é o Amor que gera o Amor. Como Deus sabe que o amor tudo
vence, deixou Jesus em total condição humana e por ela nos salvou. A ternura de
Deus se manifesta no presépio, no momento do nascimento. A entrega de Jesus por
nós começa em sua encarnação e se manifesta no presépio: Por isso chamamos este
tempo de Epifania que significa manifestação de Deus. Por que Deus se manifesta
de um modo tão simples? O Evangelho diz somente: “Enquanto estavam em Belém
para o recenseamento, completaram-se os dias para o parto. E ela deu à luz o seu
filho primogênito, envolveu-O com faixas e O reclinou numa manjedoura (cocho),
porque não havia lugar” (Lc 2,6-7).
Duas frases para mostrar o maior acontecimento da humanidade:
1361. Deus adormecido num cocho!
Que ternura Divina! O amor cabe em
qualquer lugar. Paulo dizendo que apareceu a graça misericordiosa de Deus
trazendo a salvação para todos os homens (Tt 2,11), revela-nos este amor misericordioso. A palavra graça
indica o gesto de se inclinar para abraçar. Natal é o abraço de Deus, dado com
o coração. Se não nos convertemos com este amor, nada poderá nos mudar. Somente
o amor abre o coração. S. Afonso diz que não sabe como não pegou fogo a palha,
a gruta, a manjedoura, diante do fogo do amor ali manifestado. Nossa meditação
se volta para o presépio armado por Deus no meio dos simples. Não despreza os
outros, mas ama os desprezados. No momento em que o império romano, depois de
dominar o mundo, fez um altar para a paz, em Belém, sobre um cocho está montado
o altar do amor de onde borbulham as ondas do amor de Deus manifestado em
Jesus.
1362. Direito das crianças.
No
momento atual vivemos a fraternidade com troca de presentes, enfeites coloridos
e iluminados. Muita luz! Rezamos na liturgia da missa da noite: “O Deus que
fizestes resplandecer esta noite com a claridade da verdadeira luz...”. A Luz é
Jesus. Sabemos da força comercial do Papai Noel. Há muito de bom, mas não
podemos negar às crianças o direito ao verdadeiro sentido do Natal: Papai Noel
ensina a receber presentes, Jesus ensina a ser presente e dar-ser como
presente. Ensina a sair de si para ver os necessitados. Não negue Jesus às
crianças. Herodes queria fazer isso. O grande comércio, por uma convenção
internacional tirou os belos presépios. Por que temes, Herodes, este Menino
inocente? Jesus Menino realiza outro comercio: Rezamos: “quando a o céu e a
terra trocam seus presentes”. Damos a humanidade e recebemos a Divindade.
Feliz amor, Natal! Abrace com carinho o Deus que só
mostrou amor.
Nenhum comentário:
Postar um comentário