quarta-feira, 11 de abril de 2018

REFLETINDO A PALAVRA - “Alegra-te cheia de Graça”

PADRE LUIZ CARLOS
DE OLIVEIRA-REDENTORISTA
50 ANOS CONSAGRADO
Habitação do Filho
            A celebração da festa da Imaculada Conceição de Maria recorda sua presença no Mistério da Redenção e também nossa participação na graça de Deus que é dada a todos. Em Maria celebramos o Cristo Ressuscitado. O Pai deu à futura Mãe o fruto completo da redenção como garantia para todos. A oração da missa dá o sentido da festa: “Deus, que preparastes uma digna morada para vosso Filho, pela imaculada conceição da Virgem Maria”. A imaculada conceição de Maria está em função de Cristo. Em Maria, Jesus pisou a cabeça da serpente (Gn 3,20). Como Deus o fez? “Preservando-a de todo pecado em previsão dos méritos de Cristo”. A Redenção que é para todos os tempos, Deus a deu a Maria em totalidade. Foi preservada do pecado original, antes mesmo de participar dele, como os demais humanos. O livro do Gênesis mostra que o pecado não vem de Deus. Foi opção do homem e da mulher.  A graça, por outro lado, vem de Deus, como lemos em Paulo aos Efésios: “Em Cristo, Deus nos escolheu, antes da fundação do mundo, para que sejamos santos e irrepreensíveis sob seu olhar, no amor” (Ef 1,4). O privilégio de Maria pertence à Igreja que nela tem a certeza de poder ser santa e imaculada, porque acolhe a Redenção.
A esposa se enfeita
Há um sentido matrimonial na celebração: O Esposo (Deus) adorna a esposa com vestes nupciais. Destas núpcias provém a fecundidade salvífica da humanidade. Maria aparece como a bela esposa, escolhida, adornada da graça do Espírito para sempre. A beleza humana tem padrões. A beleza espiritual, que torna mais belas as pessoas tem os padrões do Espírito Santo. Por isso o Anjo diz a Maria: Salve, cheia da Graça. Isso a torna bela, como reza o salmo: “Que o rei se apaixone de sua beleza” (Sl 45,12). Essa beleza é fruto da presença do Espírito que virá sobre ela (Lc 2,35). Dessas núpcias divinas nascerá o Filho de Deus.  Ela está cheia da Graça, pois o Senhor está com ela. É bendita entre todas as mulheres (Lc 1,42). Ela é morada divina do Senhor, o Emanuel, Deus conosco. Como Eva resume em si toda a humanidade e nos coloca todos sob o jugo do pecado, Maria, nova Eva coloca-nos sob a graça, dando-nos Jesus. Eva vivia no Paraíso. O Paraíso se formou em Maria. Com Jesus o universo recebeu a salvação, como o Salmo nos conta: “O Senhor fez conhecer a salvação e às nações sua justiça. Recordou seu amor sempre fiel pela casa de Israel. Os confins do Universo contemplaram a salvação do nosso Deus” (Sl 97).
Cure nossas feridas.
            Na celebração nos entregamos a Cristo Deus para que aconteça a Redenção em nós: “Concedei-nos chegar até Vós purificados também de toda culpa por sua materna intercessão” (Oração). Vivendo os sacramentos, de modo particular a Eucaristia, “somos curados das feridas do pecado original, do qual Maria foi preservada de modo original” (Pós-comunhão). Deus tem o desígnio de salvar a todos, pois foram escolhidos de modo especial. Em Maria essa salvação acontece por pura bondade de Deus significando que Seu projeto não só não falhou, mas já se realizou em Maria. Deus quer que todos cheguem à salvação por sua colaboração. No Paraíso Terrestre o demônio ofereceu ao homem ser igual a Deus conhecendo o bem e o mal. Maria escolheu ser servidora: “Eis aqui a serva do Senhor”. É o Evangelho. O pecado não tem mais lugar na criação. A predestinação de Maria à imaculada concepção é eterna e está ligada ao amor de Redenção que Deus nos dá.

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