quarta-feira, 7 de março de 2018

REFLETINDO A PALAVRA - “A riqueza que salva”

PADRE LUIZ CARLOS
DE OLIVEIRA
REDENTORISTA
50 ANOS CONSAGRADO
A Palavra que dá vida
               Deus nos presenteou com muitas maravilhas tanto na ordem da natureza e como da graça. Sempre quer o bem, o conforto, o bem estar, a alegria e o prazer de todos. O profeta Amós, era um homem do campo. Tinha posses, mas, mais que terra e bens, tinha a Palavra de Deus. Não profetizava para ganhar comida. Havia profetas que falavam para agradar quem os agradava. Sua palavra era firme. Não critica o bem estar, mas o estar mal no bem estar. Os ricos viviam gostosamente, sem se preocuparem com a ruína do povo (Am 6,1.4-7). É a mesma situação que Jesus apresentou com parábola do rico e o pobre Lázaro. Este queria matar sua fome com o que caia da mesa do ricaço. A Palavra de Deus que dá Vida instrui sobre a Vida eterna que se edifica com a fé vivida na fraternidade. O profeta disse que esses gozadores da vida vão sofrer o castigo quando houver a invasão dos inimigos. Se tivessem se preocupado com o povo, sua sorte poderia ser diferente. Jesus disse o mesmo sobre rico. Lázaro foi para o Céu e o rico foi enterrado nos tormentos. A vida só tem uma oportunidade. Então começou o diálogo do homem com Abraão. Há uma separação entre o Céu e o Inferno. O homem então pediu que Lázaro fosse avisar a família para que mudassem de vida. Abraão respondeu: “Eles têm Moisés e os Profetas. Que os escutem” (Lc 16,29). O homem apelou para a aparição de um defunto para dar um susto neles. Nem isso resolve. O que resolve é ouvir e praticar a Palavra de Deus que dá vida. Somente a mudança do coração que aceita a Palavra converte. Aproveitemos a vida, pois é uma só, para viver a Vida que dura para sempre em Deus.
Guarda íntegra a fé!
               Nesse quadro se pode entender a insistência de Paulo a Timóteo apresentando os elementos fundamentais para uma digna vida cristã: “Combate o bom combate da fé, conquista a vida eterna!” Não é algo puramente intelectual, mas é uma fé que é uma batalha para “fugir das coisas perversas, procurar a justiça, a piedade, a fé, o amor, a firmeza e a mansidão” (1 Tm 6,11). Fé tem que acontecer no dia a dia. Os “gozadores da vida”, como dizia o profeta Amós, erram não por ter, mas por não olhar ao lado e ver os que não têm e estão sofrendo. Devem lembrar-se que, para chegar a uma tão boa situação, houve muita gente que trabalhou muito por ele. E nem sempre foram pagos condignamente. O Salmo reza: “Do Senhor é a terra e o que ela encerra” (Sl 23,1). Ninguém é dono do mundo sozinho. A meta é caminhara “buscando os bens que a nós reservados” (Oração).
Milagres sem fé
               O grande milagre da conversão só pode acontecer se for pela Palavra de Deus: “Se não escutam a Moisés, nem aos Profetas”, isto é, a Palavra de Deus, “eles não acreditarão mesmo que alguém ressuscite dos mortos”.  Não existe conversão por medo. S. Afonso afirma que uma conversão só acontece quando é fundada no amor. Milagres podem acontecer, mas, se não for pela fé na Palavra, não muda a vida. Por isso é que muitos procuram uma religiosidade sentimental, puramente devocional sem compromisso nem mudar o coração. Os fariseus tinham essa atitude de exterioridade. Deus cuida dos necessitados através de nós. A Igreja recebeu a missão de conservar a doutrina, mas antes cuidou para que o amor de Deus cheguesse a todos. A Eucaristia é o momento de ouvir a Palavra para a conversão. Onde há sofrimento do povo, a missa não está bem celebrada.

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