Evangelho
segundo S. Marcos 7,24-30.
Naquele tempo, Jesus dirigiu-Se para a região de Tiro e
Sidónia. Entrou numa casa e não queria que ninguém o soubesse. Mas não pôde
passar despercebido, pois logo uma mulher, cuja filha tinha um espírito impuro, ao ouvir falar
d’Ele, veio prostrar-se a seus pés. A mulher era pagã, siro-fenícia de nascimento, e pediu-Lhe que expulsasse o
demónio de sua filha. Mas Jesus respondeu-lhe: «Deixa primeiro que os filhos estejam saciados, pois
não está certo tirar o pão dos filhos para o lançar aos cachorrinhos». Ela, porém, disse: «Senhor, também é verdade que os cachorrinhos comem debaixo
da mesa as migalhas das crianças». Então Jesus respondeu-lhe: «Dizes muito bem. Podes voltar para casa, porque o
demónio já saiu da tua filha». Ela voltou para casa e encontrou a criança deitada na cama. O demónio tinha
saído.
Tradução litúrgica da Bíblia
Comentário do dia:
Concílio Vaticano II «Nostra Aetate», 1-2
«A mulher era pagã»
Hoje, que o género humano se torna cada vez
mais unido, e aumentam as relações entre os vários povos, a Igreja considera
mais atentamente qual a sua relação com as religiões não cristãs. E, na sua
função de fomentar a união e a caridade entre os homens e até entre os povos,
considera primeiramente tudo aquilo que os homens têm de comum e os leva à
convivência. Com efeito, os homens constituem todos uma só comunidade; todos têm a mesma
origem, pois foi Deus quem colocou o género humano sobre a superfície da terra;
têm também todos um mesmo fim último, Deus, que a todos estende a sua
providência, os seus testemunhos de bondade e os seus desígnios de salvação,
até que os eleitos se reunam na cidade santa, iluminada pela glória de Deus,
onde todos os povos caminharão na sua luz. Os homens esperam das diversas
religiões resposta para os enigmas da condição humana, os quais, hoje como
ontem, profundamente preocupam os seus corações. [...] Todas as religiões que existem no mundo procuram, de modos diversos, ir ao
encontro das inquietações do coração humano, propondo caminhos, isto é,
doutrinas e normas de vida e também ritos sagrados. A Igreja Católica nada rejeita do que nessas religiões existe de verdadeiro e
santo. Olha com sincero respeito esses modos de agir e viver, esses preceitos e
doutrinas, que, embora se afastem em muitos pontos daqueles que ela própria
segue e propõe, todavia refletem, não raramente, um raio da verdade que ilumina
todos os homens. No entanto, ela anuncia, e tem mesmo obrigação de anunciar
incessantemente Cristo, «caminho, verdade e vida» (Jo 14,6), em quem os homens
encontram a plenitude da vida religiosa e no qual Deus reconciliou consigo
todas as coisas.
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