No dia 26 de
novembro, festa de Cristo Rei, abriu-se o Ano do Laicato. É um tempo para
refletir e tomar posições sobre o leigo na Igreja. Tem como lema a bela frase
do Evangelho: “Vós sois o sal da terra; vós sois a luz do mundo” (Mt 5,13-14). Com toda certeza serão feitos muitos estudos, reflexões,
produções de músicas e outras definições. Esperamos que não seja mais um ano
que passa e tudo fica do mesmo jeito. Há uma questão que domina o clero e os
leigos em geral que é o clericalismo. O clero: padres, bispos e diáconos se
põem em uma atitude de donos da Igreja.
Com isso, tudo depende deles. O Concílio já colocou o leigo em destaque. Ele
não é um apêndice da Igreja. Se partirmos do Concílio e das muitas orientações
dos Papas e estudos, podemos lembrar do protagonismo dos leigos. A Igreja é
formada pelo povo de Deus. Cada um com seu carisma e dom. Não se trata de ver
quem manda, mas onde e de que maneira todos podem servir. Precisaremos estudar
muito e tomar atitudes que levem as comunidades a assumirem mais profundamente
sua identidade de cristãos. Aquela atitude dos leigos de dizerem que o padre é
quem sabe, tem que tomar novos rumos. E o clero saiba que o seu lugar é muito
precioso e necessário. Quanto mais o leigo assume, mais ele necessita dos
ministros da Igreja em sua missão e ministério. Não vai mudar a estrutura, mas
as mentalidades. Se por um lado existe uma dependência excessiva, há também uma
ojeriza incompreensível de padre. A
partir dos documentos da Igreja do Brasil poderemos contribuir muito com as
comunidades na reflexão sobre esse tema.
1988. Homens e mulheres para Deus
Vamos olhar os
personagens da história da salvação. No judaísmo, a tribo de Levi tinha funções
no templo. A famílias de Aarão, foi escolhida para o sacerdócio que era
concedido por via de nascimento. Mais ninguém exercia esse ministério no
templo. Então, José e Maria não eram de família sacerdotal, mas descentes de
Davi, família real. Jesus era necessariamente leigo, pois era da tribo de Judá.
É Sumo-Sacerdote a partir de sua Morte, Ressurreição e Glorificação. Zacarias e
Isabel eram da tribo de Levi, da família de Aarão (Mt 1,5). João Batista era de família sacerdotal.
Vemos ainda: os Magos eram leigos. Não sabemos nada sobre eles. Na Igreja, os
homens podem ser sacerdotes por serem batizados e homens. Quanto à mulher, é um
assunto ainda em discussão. Não será para breve. Já se fala do diaconato para
mulheres. Também está em estudo. Não se pode resolver o problema da falta de
sacerdotes somente com a ordenação de casados ou diaconisas, mas fazer uma
Igreja mais ministerial,, menos hierárquica. O sacerdote acumulou muitos
ofícios e serviços da comunidade. Um músico não pode tocar ao mesmo tempo todos
os instrumentos. Quanto mais somos de Deus, mas nos dedicamos.
1989. Limpando estradas
O
conhecimento da missão e vocação do leigo vai exigir muita conversão, pois não
se trata só de uma dinâmica ou organização pastoral, mas de um processo de fé
na missão de Jesus que continuamos. Dizia um teólogo redentorista, Durwell,
que, nos tempos difíceis, devemos estar mais ligados ao Espírito Santo. Não
estamos diante de um problema só de pastoral, mas é um processo de santidade. Só
esse pode nos dar energias para mudar. Celebrando o Natal vemos que Jesus
assumiu nossa humanidade. Todos estão unidos a Cristo em sua vida e missão. A
humanidade de Cristo une todos a si.
Nenhum comentário:
Postar um comentário