Depois
da rejeição em Nazaré, na proclamação que fez de Sua pessoa e missão, Jesus
iniciou a pregação e as curas. Nesse conjunto está colocada a escolha dos
discípulos e sua identidade. Jesus estava pregando à beira do lago. O contexto
do chamamento do discípulo é pregação e a pesca. Esta é um símbolo importante
para a pregação. Pesca-se no lago profundo, significando o mundo; A barca
simboliza a Igreja; A rede, o anúncio da palavra; Os peixes são as pessoas que
são chamadas à salvação. Jesus que estava pregando da barca de Pedro. Pediu
então que levassem a barca para águas mais profunda e lançassem as redes para a
pesca. Pedro disse: “Mestre, trabalhamos a noite inteira a nada pescamos. Mas,
em atenção à tua palavra, vou lançar as redes” (Lc 5,5). Temos então abundância de peixes. Ser chamado
a ser discípulo é anunciar a Palavra com a força de Jesus para salvar as
pessoas. Pedro lançou as redes do mesmo jeito de sempre. Fez o trabalho humano,
com a força da Palavra de Jesus. Pedro se julgou indigno e pecador. Isso não
impediu que se tornasse anunciador do Reino, pois Jesus lhe disse: “Não tenhas
medo, pois de hoje em diante será pescador de homens” (10). Jesus não olhou o fato de ser pecador e o
aceitou com total condição de continuar sua missão, anunciando o Reino da barca
que é a Igreja. O segundo aspecto da escolha dos discípulos é sua capacidade de
deixar tudo e seguir Jesus: “Eles levaram as barcas para a margem, deixaram
tudo, e seguiram a Jesus” (11).
A mudança de vida é exigência fundamental para o seguimento de Jesus, sobretudo
quando se trata em anunciar. A
experiência da força transformadora de Jesus penetra a vida do apóstolo. Por
isso a vida de Jesus se fez na pobreza. Isaias, chamado a ser profeta, mostrou
seu medo e sua fragilidade diante da grandeza de Deus. Um serafim tomou uma
brasa do altar e tocou sua boca perdoando-lhe todo o pecado. A experiência de
Deus lhe deu força para acolher o chamado para a missão profética: “Aqui estou”
(Is 6,3-8).
Pregar Jesus ressuscitado
Temos
que pregar para o mundo que está aí diante de nossos olhos e não voltar-se para
um mundo que não existe no passado nem imaginar um futuro ainda inexistente. Jesus
salvou todos os tempos e não privilegiou uma época. O mundo é o mar profundo.
Temos que pregar Cristo Crucificado e Ressuscitado às pessoas de hoje. A
experiência de Jesus que os apóstolos fizeram deu-lhes toda força. Pregar Jesus
morto e ressuscitado, agora vivo, visto pelos discípulos e Paulo, fundamenta a
certeza de nossa pregação e é a brasa purificadora de nossa fragilidade. Quem
segue Jesus, anuncia um vivo e não um fato histórico. Esse é o evangelho que
deve ser pregado. O fato de ter vencido a morte dá a certeza de que a pregação
é viva e tem o poder de Deus.
Experiência que dá vida.
Cada
vocação nasce da experiência de Jesus. A fé proporciona a mesma experiência em
níveis diferentes. A experiência de Isaias, mesmo sendo magnífica, não deixa de
lado a pessoa humana em sua realidade, como também o faz Jesus. Sem esse
encontro pessoal e definitivo com Jesus torna-se muito difícil fazer da
pregação o anúncio de uma pessoa e não a narrativa de um fato. Em cada
celebração temos o encontro com Cristo, no altar, do qual tiramos o fogo do
Corpo de Cristo que purifica para o anúncio do Evangelho. Em atenção à Palavra
de Jesus, anunciamos com força. Se o anúncio da Palavra se renovar na
experiência de Jesus, será superada a situação atual da Igreja.
https://padreluizcarlos.wordpress.com/
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