sexta-feira, 3 de novembro de 2017

REFLETINDO A PALAVRA - “O Pai reúne os filhos”

PADRE LUIZ CARLOS
DE OLIVEIRA
REDENTORISTA
Bem-Aventurados...
            Na celebração de Todos os Santos fazemos memória de nossos irmãos “que lavaram suas vestes nos Sangue do Cordeiro”. Em Jesus encontraram a Salvação. S. João escreve que viu “uma grande multidão vinda de todos os povos, nações e línguas e que ninguém podia contar... Todos proclamavam: ‘A salvação pertence ao nosso Deus que está sentado no trono, e ao Cordeiro’” (Ap 7,9-10). O Céu é aberto a todos.  Deus em Cristo é o Salvador de todos. Adoramos a Cristo, vida de seus santos. Estes santos que celebramos não tem uma festa pois não foram canonizados. São eles o povo de Deus que viveu o Evangelho. Esta celebração é oportuna porque há uma tendência entre nós e outras religiões de selecionar quem vai para o Céu. O Coração de Deus é maior. O Concílio Vaticano II ensina a antiga verdade: “Todos são chamados à santidade” na circunstância que cada um vive. A santidade não é um segredo. Cada um tem que criar seu modo próprio de se santificar. A santidade não é engessada e Jesus é sua vida. No Céu não existe santo maior ou menor. Pensamos que só os antigos são santos. Nós não conseguiremos esta façanha. Não é verdade. Há grandes santos em nosso meio. Ser santo não significa fazer milagre, mas viver a Palavra de Jesus. Podemos invocar os santos dizendo rogai por nós, pois, unidos no Corpo de Cristo, todos rezamos uns pelos os outros e todos os bens espirituais que possuímos são proveitosos para todo o Corpo de Cristo.
Santidade é um dom
            Santidade é participação na vida de Deus. A missão de Jesus foi abrir-nos à comunhão com o Pai. Para isso se encarnou, viveu, morreu e ressuscitou. Esta comunhão acontece porque Deus nos amou; João escreve: “Vede que prova de amor nos deu o Pai, que sejamos chamados filhos de Deus e o somos” (1Jo 3,1). A filiação divina é a santidade fundamental de todas as pessoas. Todos são filhos de Deus. Um dia seremos semelhantes a Cristo. Pela fé e pelo amor nos purificamos: “Todo aquele que tem esta esperança em Deus, purifica-se a si próprio, tal como Ele é puro” (3). A santidade, antes de ser uma conquista, é um dom. Compete a nós corresponder a esta Vida que nos é dada vivendo o espírito das bem-aventuranças. A sociedade tem uma procura desenfreada pela felicidade e vemos que não se sacia. Jesus já nos deu a receita com poucos ingredientes: amor a Deus e ao próximo no serviço humilde.
Santidade é um caminho
               Em Jesus encontramos a forma acabada de santidade. Há um risco de fazer uma espiritualidade baseada em filosofias pouco cristãs ou métodos nada evangélicos, o que não deixa de ser um mal para a vida cristã e para a evangelização. O melhor modelo de santidade é o próprio Jesus. Ele é o caminho espiritual, a vida e a verdade (Jo 14,6). Jesus nos ensina o modo de viver esta espiritualidade nas oito bem-aventuranças que são expressões concretas do amor ao próximo: Fazer-se pobre para que todos tenham a riqueza de Deus; chorar com os que choram; ser humilde para dar espaço a todos; ter fome para que todos se alimentem na justiça; ser puro de coração para ser transparentes; construir a paz para que todos vivam em paz; sofrer pela justiça para a defesa de todos; ser testemunha para que todos sejam libertos. A santidade tem carne e ossos, isto é, acontece nos fatos da vida. Sair da realidade para ser santo é negar a Deus que manifestou sua santidade assumindo o povo que escolheu e dando-nos Jesus.

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